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sexta-feira, julho 26, 2024

Política: tapa no rosto e suposta ‘rachadinha’: os imbróglios do Conselho de Ética da Câmara – Política

Colegiado terminou o ano de 2023 sem nenhuma punição
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• Tapa no rosto e suposta ‘rachadinha’: os imbróglios do Conselho de Ética da Câmara
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• Quando um poeta comunista não se dobrou ante a ditaduraAo longo de 2023, o Conselho de Ética instalou diversos processos, mas finalizou o ano sem nenhuma punição. Foram pouco mais de 70% dos processos arquivados e o restante está à espera da definição de um relator.

No Senado, o cenário é parecido. Não houve punições nas quatro reuniões que ocorreram nos últimos seis anos, período em que ficaram para trás casos como o do senador Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado pela Polícia Federal (PF) em 2020 ao tentar esconder dinheiro na cueca.

Em 2023, o colegiado se reuniu 18 vezes e abriu processos para investigar 29 denúncias, que vão desde acusações de importunação sexual na Casa até pedidos de cassação por suposta “rachadinha”.

As últimas punições do conselho aconteceram contra a então deputada federal Flordelis que, em 2021, teve a cassação aprovada no colegiado e referendada em plenário. A pastora e cantora gospel foi condenada por matar o marido.

Outra punição foi contra o então deputado federal Emerson Miguel Petriv, conhecido como Boca Aberta que, em 2019, recebeu uma pena de suspensão de seis meses. Contudo, ele recorreu e a penalidade não aconteceu na prática. Dois anos depois, Boca Aberta perdeu o mandato por determinação do Tribunal Superior Eleitoral.

Novos casos no Conselho de Ética para 2024

No ano passado, dois acontecimentos envolvendo dois deputados chamaram atenção. Um envolve o vice-presidente do PT, deputado Washington Quaquá (PT-RJ); e o outro envolve o deputado André Janones (Avante-MG).

Em 20 de dezembro, durante a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, Quaquá deu um tapa no rosto do deputado de oposição Messias Donato (Republicanos-ES). Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava na sessão, ouvia vaias por parte da oposição e torcidas por parte da base governista.

Na gravação, Quaquá, que estava filmando os deputados com o celular, diz aos parlamentares da oposição que iria “representá-los” na Comissão de Ética. Depois, Quaquá chama um dos deputados de “viadinho” e Messias coloca a mão no celular do petista. Em seguida, Quaquá dá um tapa em Messias.

Segundo noticiou o portal Poder360 à época, o PT enviou uma representação contra o deputado de oposição ao Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. A legenda acusou Messias de “agredir” Quaquá, enquanto o petista gravava as ofensas proferidas contra Lula.

Já o Republicanos, partido de Messias, ainda não enviou a representação contra o petista ao conselho. A Oeste, o presidente do Conselho de Ética, deputado federal Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), disse que, até o momento, não recebeu o documento.

Interlocutores do partido disseram à reportagem que a legenda não pretende representar o petista no conselho. Procurado por Oeste, o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), e sua equipe não retornaram até a publicação desta reportagem.

Caso o partido não oficialize o pedido, Messias deve protocolar a solicitação. Contudo, apenas partidos podem acionar o conselho. A Oeste, o parlamentar disse que deve enviar o pedido à Mesa da Câmara, que precisará dar o aval para que a ação vá ao colegiado.

Apesar de Quaquá alegar que reagiu a uma agressão anterior, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrou rigor do colegiado na apuração da investida física, que, segundo ele, “desmoraliza” o Congresso. As penalidades previstas no colegiado vão de censura verbal ou escrita à perda de mandato.

“As imagens que ficam, que vão para o mundo são depreciativas”, destacou Lira em entrevista à GloboNews à época. “Pessoas que pensam diferente, podem pensar diferente, devem ser respeitadas porque pensam diferente. Não concordo com tudo que o presidente Lula defende e, nem por isso, nunca nos agredimos. A política é a arte de conviver com o contrário.”

A representação de ‘rachadinha’ contra Janones

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
polícia federal janones justiça | Janones diz que áudio foi tirado do contexto | Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Com relação a Janones, em 13 de dezembro, o Conselho de Ética instalou um processo para investigar o deputado por suposta prática de “rachadinha” em seu gabinete. Assessores e ex-assessores de Janones afirmam que tiveram de repassar ao deputado parte dos salários que recebiam, a partir de 2019, quando o parlamentar assumiu o primeiro mandato.

O procedimento contra Janones foi assinado pelo presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. A legenda acusa o deputado de “quebra de decoro parlamentar e condutas ilegais e incompatíveis com o cargo”.

Foram sorteados Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT), Guilherme Boulos (Psol-SP) e Sidney Leite (PSD-AM) para serem os relatores do processo. Um deles será escolhido como relator do caso pelo presidente do Conselho de Ética.

O caso também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Luiz Fux. Em 30 de janeiro deste ano, a PF informou ao Supremo que as investigações preliminares sugerem a existência do esquema. Além disso, solicitou a quebra do sigilo bancário e fiscal do parlamentar e de seus assessores.

“A análise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteúdo dos áudios [e com as diligências empreendidas] revela uma série de inconsistências e contradições”, informou a polícia. “Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de ‘rachadinha’, as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações.”

Na terça-feira 6, Fux mandou a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar com relação ao pedido para quebra de sigilo. A polícia afirma que a investigação deve esclarecer se foram cometidos outros delitos, como o peculato — quando um funcionário do gabinete também desvia o dinheiro.

Segundo a corporação, é fundamental conhecer o fluxo financeiro das pessoas que estão envolvidas nas investigações. Isso ocorre porque é habitual que os suspeitos realizem saques e depósitos em dinheiro.

Fonte: R7 – Política

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