É impressionante. A ciência, no Brasil, é feita com verbas e investimentos miseráveis, sob as condições mais adversas, com laboratórios defasados, pagando baixos salários e, pior de tudo, sem o merecido reconhecimento.
Pois nossos cientistas deveriam ser motivo de orgulho nacional. Não faltam exemplos (recentes) de competência e extrema capacidade de superar obstáculos.
O Hemocentro de Ribeirão Preto/CTC-USP (Centro de Terapia Celular da Universidade de São Paulo), em parceria com a USP e o Instituto Butantan, desenvolveu um tratamento que eliminou em um mês o câncer de um paciente já desenganado. A técnica, de nome CAR-T e ainda indisponível para o público, envolve a retirada de células de defesa da pessoa doente para modificação genética em laboratório. Elas são recolocadas no corpo para destruir as células cancerígenas. Pode ser uma revolução na oncologia.
Também em São Paulo, O Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids de São Paulo, da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), deu início aos testes da primeira vacina para prevenção da infecção pelo vírus HIV. O estudo se baseia na utilização de um vírus inofensivo aos seres humanos, mas capaz de produzir no organismo anticorpos para o causador da aids já a partir da primeira dose, de um total de quatro.
No Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está na fase de conclusão do processo de produção da vacina Schistovac, contra esquistossomose. A previsão é de que esteja disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2025. Será a primeira vacina do mundo contra essa doença parasitária.
Em Belo Horizonte, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em um pool com diversas entidades públicas, já está na fase final de testes em humanos a Spin-TEC, vacina contra a covid desenvolvida com tecnologia e insumos totalmente nacionais.
Em parceria com uma biofarmacêutica canadense, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (da já citada Fiocruz) está desenvolvente um biofármaco, em plataforma vegetal, indicado para o tratamento de câncer de pulmão. A cooperação científica e tecnológica pretende criar até cinco futuros produtos para atender à demanda por medicamentos de alto valor, barateando-os e tornando-os mais acessíveis ao SUS.
O Brasil tem vários cientistas na ponta das pesquisas sobre o uso de substâncias psicodélicas (como cogumelos e a ayuasca), sem a necessidade de chegar aos efeitos alucinógenos, algo que, tudo indica, será uma reviravolta brutal no tratamento de doenças sérias, como depressão e dependência de drogas. A elite científica mundial está nesse caminho.
Não é para sentir orgulho?