
São Paulo, Brasil
Renato Gaúcho estava aliviado, após a vitória contra o Atlético.
Ele sabia que travou a pressão por sua demissão.
Vencer o líder do Brasileiro, mesmo vivendo uma crise é algo a ser respeitado.
Como a mudança tática que fez, colocando o Flamengo para marcar forte, deixar o Atlético Mineiro ter a posse de bola. E tentar explorar apenas explorar contragolpes.
A sua estratégia surpreendeu a todos, principalmente os jogadores do time rival e Cuca.
Os méritos da vitória inesperada é do treinador, que foi muito mal contra o Athletico, na eliminação da Copa do Brasil, ao deixar a equipe desorganizada, ficando à mercê dos três gols paranaenses, em pleno Maracanã.
“Eu já sou vacinado. Eu não caí de para-quedas no futebol. Não sou contra crítica, só achei no geral as críticas exageradas para todo mundo. Por isso assumi a culpa na quarta-feira. Pode criticar.
“O que criticou quarta vai nos elogiar amanhã. Faz parte. É paixão. Muitas pessoas gostam do circo pegando fogo, muitas pessoas ganham dinheiro em cima de crítica, no clique. Isso que passei ao grupo:
“Sou a fortaleza de vocês, o muro de vocês.”
A sua tentativa de desviar o foco não deu certo.
Ele foi perguntado se entregou seu cargo logo após a derrota por 3 a 0 para o Athletico.
Renato Gaúcho não teve como negar.
“Tem coisas que eu prefiro que fique internamente. Sempre converso bastante com o Braz (Marcos Braz, vice de futebol), o Bruno (Spindel, diretor de futebol), são pessoas que estão diariamente e nos ajudam bastante, o Flamengo precisa muito dessas pessoas, troquei algumas ideias com eles, mas não quero entrar em detalhes. Também tive uma conversa muito boa com o presidente no CT.
“Mas prefiro que fique entre quatro paredes.”
Não ficou.
A entrega do cargo ou em português claro, Renato disse a Braz e a Spindel que sairia do Flamengo, se eles quisessem na madrugada de quinta-feira, após o vexame contra o Athletico. Só não perdeu o emprego porque os dirigentes não aceitaram a demissão.
A decisão da Libertadores, contra o Palmeiras, será no dia 27 de novembro. Seria arriscado demais colocar um novo treinador faltando tão pouco tempo.
O técnico estava empolgado não só com o resultado.
Mas pela maneira com que os jogadores se dedicaram à partida contra o Atlético Mineiro. Abriram mão da técnica pela dedicação.
“Falei isso para o grupo no vestiário. Tem jogos que você não está bem tecnicamente. E o que nunca vou deixar de cobrar é a entrega. Entrega nós tivemos hoje. A gente enfrentou uma grande equipe, brigamos e conseguimos resultados. Bonito a equipe jogar bem, criar situações e ganhar a partida. Mas nem sempre é possível.
“O próprio Atlético não teve grande chances de gol. Foi uma entrega grande e conseguimos o resultado que dá condições de continuar brigando no Brasileiro.”
Renato Gaúcho não assumiu.
Mas contornou enorme crise com a vitória de hoje.
Poderia amanhecer o domingo desempregado.
Mas futebol é muito volúvel.
Derrotar o líder do Brasileiro deu sobrevida a Renato.
Mesmo que ele não brigue pelo título.
Renato será o técnico na final da Libertadores.
Era o desejo maior do treinador em 2021…