
Em um momento em que os trabalhadores ganharam argumentos irrefutáveis para pedir aumento, afinal os preços dispararam no país, os salários ficaram mais baixos. É o que mostrou o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de agosto, divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (29).
Segundo os dados do mês passado, o salário médio de admissão foi de R$1.792,07, R$ 25,78 ou 1,42% a menos que no mês anterior, quando se pagava R$ 1.801,99. Julho já havia apresentado queda de R$ 22,72 em relação a junho.
Nesse mesmo período o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,96% em julho e 0,87% em agosto.
Na análise dos setores da economia, quase todos tiveram redução nos salários. Na indústria, a queda nos rendimentos para novos empregados foi de 2,83% em um mês. Na agricultura, 2,56% e de 1,77% no setor de serviços.
A exceção a essa regra de menores ganhos ficou com os trabalhadores do serviços domésticos, que tiveram aumento de 11,76%.
Na apresentação dos dados, nesta quarta-feira, o Ministério do Trabalho justificou as recentes quedas nos primeiros pagamentos dos empregados dizendo que é natural que em momentos de mais contratações os salários sejam mais baixos. Em agosto, o Brasil abriu 372.265 vagas com carteira assinada.
Em agosto de 2020, o salário médio inicial em todos os setores era de R$ 1.710,97.
Em um ano, houve, portanto, elevação de 4,5% no quanto se paga aos brasileiros que acabam de ser contratados. Menos da metade da inflação registrada no período, de 9,68%.