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segunda-feira, maio 20, 2024

Estratégias de combate à AIDS/HIV em Ceilândia na pauta dos países de língua portuguesa

Onze profissionais de saúde de seis países de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Portugal, conheceram nesta quarta-feira (13) os serviços disponíveis no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) para o combate à AIDS e ao seu vírus causador da doença, o HIV. Os convidados puderam conversar com servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) sobre diversas ações, com destaque para a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e os cuidados para evitar a chamada transmissão vertical, de mãe para o filho.

Alira Nhamaze, que atua no combate ao HIV em Moçambique, elogiou o serviço desenvolvido no HRC. “Tudo organizado. Posso levar a experiência do contato feito pelos profissionais com as mães, antes do parto”, disse. Ela destacou o protocolo brasileiro de fazer análises da carga viral das gestantes e das crianças recém-nascidas, além dos procedimentos adotados após o parto, como orientar a não haver amamentação no caso de mães positivas para o vírus. “É uma boa estratégia para evitar a transmissão vertical”, argumentou.

Alira Nhamaze, de Moçambique, elogiou o diálogo entre os servidores do Hospital Regional de Ceilândia e as gestantes. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

Já o médico português Gonçalo Figueiredo Augusto ressaltou o fácil acesso à PrEP e à PEP, métodos necessários às pessoas com risco ampliado para contaminação pelo HIV, como profissionais do sexo ou cônjuges de pacientes da doença, além de vítimas de violência e outros casos específicos. “A administração na PrEP é feita de uma forma muito mais acessível à população. Isso pode funcionar como um exemplo para Portugal”, afirmou o médico.

No Distrito Federal, a PrEP e a PEP estão disponíveis em emergências hospitalares, policlínicas, Centro Especializado em Doenças Infecciosas (CEDIN) e até em Unidades Básicas de Saúde. No caso do HRC, pacientes interessados na medicação específica têm acesso ao serviço de maneira discreta: basta comparecer à entrada da policlínica das 7h às 12h e das 13h às 17h para ser encaminhado a consultórios reservados. “A própria rapidez e a proximidade do atendimento são melhores”, elogiou o médico europeu.

O médico português Gonçalo Figueiredo Augusto ressaltou a facilitade de acesso aos serviços de prevenção à AIDS/HIV no Brasil. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

A enfermeira Maria das Dores França, uma das servidoras da SES-DF que atuam na área, destacou ainda o fato de haver um atendimento completo aos pacientes. “O ambulatório também ajuda a identificar pessoas com HIV, pois todos que procuram o serviço são testados. Se for o caso, podemos começar o tratamento imediatamente”, ressaltou. Além disso, há o esclarecimento sobre outras doenças e a necessidade do uso de preservativos para reforçar a proteção – o acesso também é fácil, com cestas para distribuição localizadas na entrada de unidades de saúde. Inaugurado há um ano, o ambulatório de PrEP e PEP do HRC realizou 1.984 atendimentos somente em 2023.

O superintendente da Região Oeste de Saúde, André Luiz de Queiroz, enfatizou a importância da visita como uma valorização da qualidade do serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O Brasil é exemplo no mundo inteiro no tratamento da AIDS. Essa visita é muito importante porque, além de mostrar o nosso trabalho, que eles já conhecem e sabem que é efetivo, é bom para trocar opiniões, trocar informações”, afirmou.

O ambulatório de PrEP e PEP do Hospital Regional de Ceilândia funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 17h. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

A visita faz parte da programação da 3ª reunião de países lusófonos, que acontece em Brasília, de 12 a 14 de março, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde do Brasil. Também ocorreram visitas a UBSs, ao Cedin, ao Hospital de Base do Distrito Federal, ao Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (LACEN-DF) e a unidades do sistema de saúde prisional.

 

*Fonte: Secretaria de Saúde do DF

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