O segundo dia do evento “Encontro de Vivências Ambientais”, nesta terça-feira (6), mobilizou centenas de estudantes das redes pública e privada e visitantes. A ação comemorativa do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) foi realizada pela Prefeitura e diversos colaboradores no bosque da Lagoa de Imboassica. Os visitantes passaram por estandes temáticos, fizeram trilha, canoagem e atividades lúdicas ao ar livre.
Mais do que público, os alunos da rede municipal de ensino foram protagonistas. Destaques do Festival de Música Estudantil e a banda de música de estudantes da Bicuda Grande, região serrana de Macaé, apresentaram-se durante o encontro. A Secretária de Ambiente e Sustentabilidade, Isaura Sales, diz que a ação supera as expectativas dos organizadores.
“Temos a participação de estudantes das redes pública e particular e da comunidade. Isso só foi possível através de parcerias, um total de 21. A educação ambiental tem que ser participativa. Temos um calendário de datas comemorativas ambientais e a proposta de transformar estes momentos em vivências. Temos muitas belas áreas na cidade e na serra, então iremos distribuir estas ações”, frisa.
O evento conta com a participação das pastas: Educação, Turismo, Defesa Civil, Serviço Público, Esporte, Saúde, Comunicação, Mobilidade Urbana e Ordem Pública. Fora esses, do Instituto Estadual de Ambiente (Inea) e do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ), através de cinco projetos dos professores Rodrigo Lemes e Vinícius Albano e Maurício Molisani.
Também empresas atuam no encontro: a Marlin Azul, a Petrobras, a BRK, a Ecológika e a Macaense Ambiental. As duas últimas que trabalham com reciclagem de resíduos receberam o “Selo Educa Lagoa em Ação” da Secretaria Municipal de Educação. Ainda foram parceiros: o Comitê de Bacias Hidrográficas, os grupos de canoagem Crispy Koa e Macaé Arroio e a ONG S.O.S Praia do Pecado.
Compartilhando conhecimento
A Usina Termelétrica (UTE) Marlin Azul participa com sua equipe de consultores dos programas de licenciamento ambiental. Arqueólogos e historiadores e ainda consultores de fauna, que fazem o levantamento de animais na região, apresentam as exposições aos visitantes. Os pesquisadores mostraram diversos materiais de até 3.500 anos que foram encontrados em sítios arqueológicos de Macaé. Foram expostos crânios da época dos sambaquis, conchas e louças históricas. “O objetivo de compartilhar estas informações é fomentar o pertencimento ao cidadão macaense”, ressalta a coordenadora de Meio Ambiente da Marlin Azul, Raphaela Ferreira.
Os projetos apresentados pelo Nupem/UFRJ tratam sobre tartarugas, insetos, rios, a Lagoa de Imboassica e sobre reciclagem de lixo. Este também foi o tema do circuito da Secretaria de Esportes. “Queremos mostrar a importância da prática esportiva no Meio Ambiente. No final do circuito, as crianças colocam o lixo no lugar certo”, explica a coordenadora, Francini Farah.
Uma das apresentações da Secretaria de Educação, o projeto Plantas Medicinais, também chamou a atenção do público. “As plantas medicinais são um elemento do culto afrobrasileiro e indígena. Viemos passar o nosso alerta de cuidado com as pessoas e com o meio ambiente, que é também lugar de culto. Estas ervas fazem parte da cultura brasileira”, explica a coordenadora de Cultura Afrobrasileira e Indígena nas Escolas, Kátia Magalhães.
O presidente da Ong S.O.S Praia do Pecado, Leonardo Pereira Machado falou sobre a participação do grupo no Dia do Meio Ambiente: “Este evento nos revigora, pela presença das crianças, para continuar nossa luta pelo objetivo de criar uma Unidade de Conservação no último espaço natural preservado no meio urbano de Macaé. A restinga da Praia do Pecado tem 200 mil m2 e é uma Área de Preservação Ambiental Permanente”.
Novas gerações
O bolsista do projeto de extensão Iurukuá do Nupem/UFRJ e aluno do curso de Biologia, Pedro Correa, foi um dos que alcançou uma boa comunicação especialmente com os estudantes. “Nosso objetivo é levar conscientização sobre educação oceânica e preservação do meio ambiente. Mudando primeiro as crianças, a gente consegue mudar a geração do futuro”, ressalta.
O estudante do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Municipalizado Polivalente, Kaue de Souza, aprovou o encontro. “Gostei mais da trilha e das conversas para conscientização de que não se deve jogar lixo no chão e nas praias, porque isso pode até matar animais, como as tartarugas”. Também a estudante da Escola Municipal Renato Martins, Isabelly Cristina Gonçalves, 11 anos, fez memória de sua vivência, um passeio de canoa. “Senti liberdade dentro da lagoa. Dentro da lagoa tem vida”, frisa.