A Seleção Indígena de Futebol do Brasil (SIFBA), que vai disputar a Copa América dos Povos Originários, em fevereiro de 2025, no Chile, já tem o seu novo técnico. É Huberlan Silva, ex-técnico do Ji-Paraná Futebol Clube, de Rondônia, e que atualmente está trabalhando no União Desportiva do Airão, de Portugal.
Huberlan chega da Europa no final de junho e terá como missão montar e treinar a equipe para esta competição internacional e para outras competições e jogos amistosos.
A Copa América dos Povos Originários é organizada pela Fundação Gol Iluminado, com apoio da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmenbol) e do Ministério dos Esportes do Chile, e contará com a participação de seleções de 10 países das Américas. O Brasil participará pela primeira vez da competição.
O técnico Huberlan Silva deve convocar em julho os 26 jogadores para formar a base do time principal. A expectativa de Huberlan é contar com jogadores indígenas profissionais que atuam no futebol brasileiro e também com jogadores amadores que atuam nos times dos povos indígenas.
“Estou acertando com a diretoria da SIFBA os detalhes deste projeto para a Copa América dos Povos Originários e também para que possamos organizar e formar uma estrutura forte para o futebol indígena em todo o Brasil e nas Américas”, observa Huberlan.
O desafio de representar bem o futebol e os povos originários do Brasil é gigantesco. Para o diretor de Esportes da SIFBA, Kaiá Wai-Wai, a estrutura e a estratégia para participar da competição estão sendo montadas e buscam deixar um legado para o futuro.
“O futebol indígena é muito forte no Brasil, temos bons times e bons jogadores profissionais e amadores, e só precisamos de mais investimentos para que o nosso futebol seja reconhecido e valorizado”, salienta Kaiá. “O Huberlan Silva é um excelente técnico, e saberá montar o time que precisamos para participar e vencer essa competição”, completa.
O presidente da SIFBA, Matheus Terena, pioneiro na promoção do futebol indígena no Brasil, assegura que será possível montar uma seleção competitiva exclusivamente com atletas indígenas e que o time vai surpreender o Brasil e o mundo. Matheus Terena é ex-jogador, idealizador do projeto de futebol indígena e um dos fundadores da SIFBA, em 2018.
“Alguns povos indígenas jogam futebol há milhares de anos e, possivelmente, esse esporte foi inventado pelos povos originários das Américas, e temos uma habilidade nata para o esporte, como já vimos em grandes jogadores, como o Garrincha, que era da etnia Fulni-ô, que ocupava o agreste pernambucano e alagoano”, destaca Matheus Terena.
A SIFBA já tem o apoio institucional do Ministério dos Esportes e também do Ministério dos Povos Originários para participar da Copa América dos Povos Originários, bem como para promover ações educativas, esportivas, ambientais e culturais envolvendo o futebol e os povos originários e quilombolas do Brasil. A SIFBA está negociando patrocínios para fortalecer a participação da Seleção Indígena e para organizar a entidade em todo o Brasil.
Para o assessor técnico da SIFBA, Rafael Gonçalves Kayapó, a participação da Seleção Indígena de Futebol na Copa América é uma oportunidade que o Brasil tem para mostrar aos brasileiros e ao mundo de onde vem a ginga e o futebol arte que já conquistaram seis Copas do Mundo.
“O futebol indígena está despertando com força e vamos aproveitar esse momento para organizar a SIFBA e montar a estrutura necessária para o desenvolvimento do esporte indígena, com inclusão social e profissionalismo, resgatando uma dívida enorme que o país tem com seus povos originários”, salienta Rafael.
SERVIÇO:
Uberlan Silva é o novo técnico da Seleção Indígena de Futebol do Brasil.
Copa América dos Povos Originários: fereveiro de 2025, Chile.