Mais da metade dos adolescentes de 13 a 17 anos já usaram narguilé pelo menos uma vez. Os dados foram coletados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal e estão disponíveis no informe Epidemiológico do Tabagismo. Segundo a pesquisa, o DF é a segunda unidade da federação com a maior porcentagem de jovens dessa faixa etária que já usaram o dispositivo.
Mais da metade dos adolescentes da capital, 50,6%, fumaram narguilé ao menos uma vez. A capital só perde para o estado do Paraná, com 52,4%. As informações apresentadas no boletim apontam também que, por conta da pandemia de Covid-19, os números nos atendimentos de pessoas que buscam ajuda para parar de fumar caíram de 2.598 em 2019 para 757 em 2020.
Para o médico pneumologista Ricardo Martins, este é um dado preocupante, e ações tanto do governo quanto dos pais devem ser tomadas. Segundo o especialista, existe uma crença errônea de que os cigarros eletrônicos não são tão maléficos quanto o cigarro comum. “Como ele é diluído na água, as pessoas acham que é mais tranquilo”, afirma.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), os dispositivos eletrônicos para fumar contém outras substâncias tóxicas além da nicotina, que podem ocasionar problemas de saúde com o uso a longo prazo.
Por apresentarem outros atrativos, como o sabor, os narguiles têm uma aceitação maior entre os jovens. Entretanto, o médico ressalta que o uso deste dispositivo é um perigo à saúde e pode causar doenças como câncer, bronquite e enfisema pulmonar.
*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro