
A evolução da aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 nos idosos faz surgir muitas dúvidas sobre o tem. A infectologista Andyane Tetila, presidente da SIMS (Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul), ajuda a esclarecer como funciona a imunização extra nas pessoas acima dos 60 anos

Os idosos podem escolher qual vacina tomar?
Segundo Tetila, as vacinas aplicadas como reforço são definidas pelo Ministério da Saúde, e não é possível escolher o imunizante que será aplicado. “Por meio de Notas Técnicas específicas, o Ministério da Saúde define as diretrizes a serem seguidas pelos municípios, e não há como realizar escolha sobre qual vacina tomar”, explica

Atualmente, o PNI (Plano Nacional de Imunizações) prevê a terceira dose para profissionais da saúde, idosos acima de 60 anos e pessoas imunossuprimidas, aquelas que apresentam alguma deficiência no sistema imunológico. O Ministério da Saúde indica que o reforço deve ser da Pfizer

Caso esteja no grupo que pode tomar a terceira dose, mas ainda não completou 6 meses desde a imunização, é possível tomar a vacina?
A aplicação do reforço só pode ser feita após seis meses da imunização completa. O PNI indica esperar o período determinado e, a partir daí, ir a um posto de saúde para aplicar mais uma dose da vacina contra a Covid

Por que o Ministério da Saúde priorizou a Pfizer para a terceira dose?
Por conta de grande parte dos idosos ter recebido a CoronaVac, Tetila explica que a variação das vacinas aplicadas pode trazer boa resposta imune.
“Um estudo avaliou o emprego da terceira dose com imunização heteróloga, com vacinas diferentes, e homóloga, com a mesma vacina, e recebeu boa resposta imune do reforço com a aplicação de vacinas distintas. Como a CoronaVac, aplicada em boa parte dos idosos, é de vírus inativado, a imunização de vetor viral (Astrazeneca e Janssen) ou RNA mensageiro (Pfizer), tem-se como recomendação técnica a preferência da dose de reforço ser esta”, pontua

Se o posto estiver aplicando outra vacina de reforço, como em São Paulo onde estão aplicando CoronaVac, a pessoa deve aceitar?
Tetila diz que, apesar de a imunização com três doses da mesma vacina não ser ideal, pode sim trazer proteção a quem a recebe.
“Caso o imunizante recomendado não esteja disponível no momento, em decorrência dos riscos das novas variantes, e, somando-se às chances maiores dos idosos adoecerem e evoluírem para doença grave, há sim benefício em realizar reforço de forma homóloga, com três doses do mesmo imunizante”, esclarece
*Estagiário do R7 sob supervisão de Carla Canteras