Brasil ultrapassa 5 milhões de doses bivalentes aplicadas na população; ainda não tomou? confira quem deve se vacinar
Marco Legal dos Games pode finalmente ser votado no Senado
Audiência Pública vai debater a regulamentação da lei que incentiva o esporte amador no DF
Caixa registra lucro de R$ 9,2 bilhões em 2022
No mês que homenageia as mulheres, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília recebe mostra de filmes produzidos exclusivamente por mulheres árabes

Guedes chama ministro astronauta de ‘burro’ durante reunião

Ministro Paulo Guedes em entrevista coletiva, no último dia 22

Ministro Paulo Guedes em entrevista coletiva, no último dia 22 Ueslei Marcelino/Reuters – 22.10.2021

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou o ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, de “burro” em reunião com deputados federais, assessores e equipe técnica da Economia, na última terça-feira (26). O ministro se mostrava irritado com as queixas de corte do orçamento da Pasta, ressaltando que Pontes não sabe gerir recursos. No encontro, Guedes se referiu ao colega de Esplanada a todo momento como “astronauta”, sem chamá-lo pelo nome.

A situação ocorreu durante reunião do ministro com integrantes da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, para discutir justamente o corte feito na Pasta de tecnologia. O ministro Marcos Pontes já se pronunciou sobre o corte de R$ 600 milhões, equivalente a 90% dos recursos, dizendo que foi pego de surpresa (veja vídeo abaixo). 

Durante a reunião, Guedes negou que tenha havido cortes, e afirmou que apenas remanejou os recursos para outras áreas. O ministro ressaltou que a Pasta do “astronauta” não executou mais de 50% dos recursos e que, em vez de deixar os valores parados, ele os direciona a outros ministérios, quando solicitado.

A reunião teve início com uma exposição dos técnicos da Economia. A todo momento, conforme o R7 apurou, Guedes chamava Marcos Pontes de “incompetente” na gestão do dinheiro público, dizendo que o ministro é astronauta e “vive no espaço”. Quando o chamou de “burro”, ele ressaltava que ainda há recursos na Pasta que estão parados. “É burro? Olha o número lá”, afirmou. Em determinado momento, questionou sobre o motivo pelo qual o colega não executava recursos “ao invés de ficar soltando foguete”, afirmando que quem define as prioridades são os ministros.

A reunião durou duas horas e arrancou risadas de alguns. Além de dizer que não havia cortes, Guedes afirmou que as decisões sobre remanejamento eram da Casa Civil, citando nominalmente o ministro Ciro Nogueira, articulador do Centrão. Segundo Guedes, as decisões são políticas e passam por Ciro.

O ministro Marcos Pontes

O ministro Marcos Pontes Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro criticou de maneira reiterada outros colegas, dizendo que não tinham prioridade, não sabiam executar recursos, e afirmou que às vezes se pergunta o motivo pelo qual ele próprio continua na Economia. Ao falar sobre outros ministros, criticou especificamente o do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o do Trabalho, Onyx Lorenzoni. 

Guedes frisou que basta o Ministério de Ciência e Tecnologia enviar o pedido e mostrar qual a necessidade que ele redireciona recursos; ressaltou, porém, que a Pasta tem R$ 500 milhões em caixa. Em determinado momento, em meio às críticas feitas a Pontes, disse que o ministro é “cientista” e “inteligente”.

No encontro, o ministro ainda afirmou que tentaram “derrubá-lo” do cargo. A semana passada foi marcada por especulações sobre a saída de Guedes, depois de uma debandada de secretários após a decisão do governo de desrespeitar o teto de gastos para garantir o programa social Auxílio Brasil no valor de R$ 400, quando o governo poderia ter ofertado R$ 300 sem ultrapassar o teto. Na sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro foi ao prédio da Economia para manifestar apoio ao ministro, que em seguida falou com a imprensa. Na ocasião, Guedes afirmou que havia pressão da ala política por um valor mais elevado do benefício.

A reportagem procurou o Ministério da Economia, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação. O ministro Marcos Pontes está em Dubai, em agenda oficial, e sua assessoria informou que ele não se pronunciaria sobre o episódio nesta quarta-feira. A assessoria do ministro Rogério Marinho disse que ele não iria se pronunciar. O R7 não conseguiu contato com o ministro Onyx Lorenzoni.

Colaborou Emerson Fraga, do R7, em Brasília.

Fonte: R7 – Brasília

Compartilhe este conteúdo!

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *