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sexta-feira, outubro 25, 2024

Filme mais recente de uma das franquias mais adoradas de ação e suspense está na Netflix

Antologia de cinco filmes e uma série de televisão “The Purge” é um verdadeiro fenômeno, e isso, claro, tem explicação. A premissa básica de todos os longas da franquia é explorar os Estados Unidos em um futuro próximo, em que um feriado anual chamado de “O Expurgo” descriminaliza as piores atrocidades ao longo de 12 horas. Tudo é liberado.

Criado por James DeMonaco, o filme tem um viés social e psicológico. Ele traz reflexões sobre o tipo de pessoas que somos quando deixamos de ser controlados pelas leis. “Homo homini lupus”. Thomas Hobbes popularizou o pensamento de que o homem é um lobo para outro homem com quem ele não tem relação. O ser humano tem o instinto de usurpar tudo do outro, da vida à dignidade. Por isso, precisamos do Estado e de um pacto social, um conjunto de regras que todos, ou quase todos, concordamos em obedecer para não nos entregarmos à barbárie.

“The Purge” parte dessa premissa, mas costura suas tramas com temas ainda mais atuais e complexos, embora a execução tenha uma cara bem pop e mediana. Os filmes fazem, também, uma crítica aos movimentos fascistas crescentes nos Estados Unidos de Donald Trump. Cidadãos que se consideram baluartes da moralidade, religião e família e que querem exterminar de seu país as minorias, que simbolizam para esses indivíduos “patriotas” tudo que há de errado com a América: desemprego, criminalidade, imoralidade.

No último filme da franquia, dirigido por Everardo Gout e escrito por DeMonaco, ainda sob o domínio do partido totalitarista Novos Pais Fundadores da América, o feriado de O Expurgo vigora com muita força no país. O motivo pelo qual ele é tão popular é porque é o único momento em que a população é livre para fazer o que bem entende em um governo ditatorial. Ao longo do tempo, movimentos como “The Forever Purge” surgem, reivindicando liberdade prolongada para cometer crimes. A história do último filme é ambientada no Texas, onde os ideais armamentistas são ainda mais fortes e enraizados.

Com uma estética que mistura faroeste moderno com Mad Max, patriotas aproveitam o momento livre de qualquer lei para lavar a sujeira da América, exterminar quem eles acreditam que seja o verdadeiro problema. O enredo segue Adela (Ana de la Reguera) e Juan (Tenoch Huerta), um casal mexicano que atravessa a fronteira e começa a trabalhar no rancho de um texano abastado e racista, chamado Dylan (Josh Lucas). Com uma esposa grávida em casa, o fazendeiro e sua família se preparam para a noite do Expurgo, reforçando as janelas e lotando o porão de armas. No entanto, as coisas ficam mais infernais do que eles imaginam. Então, Dylan e a esposa precisa se unir a Juan e Adela e outras minorias, fazendo-o aprender revigorantes lições antifascistas de precisamos uns dos outros e encontramos amigos em quem menos esperamos. O grupo precisa atravessar a fronteira para o México para escapar do grupo de psicopatas que os perseguem durante o Expurgo, mas nem o México e nem o Canadá quer os americanos em seus territórios. Parece que o jogo virou.


Filme: Uma Noite de Crime: A Fronteira
Direção: Everardo Gout
Ano: 2021
Gênero: Ação/Suspense
Nota: 8/10

Fonte: R7 – Cinema

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