O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou publicamente o ministro do Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, a fazer um pente-fino no Cadastro Único, que permite a famílias de baixa renda terem acesso a diversos programas sociais do governo. Lula pediu “seriedade” na fiscalização dos dados cadastrados na plataforma para evitar que “algum malandro” receba benefícios de forma indevida. O episódio ocorreu nesta terça-feira (5) durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Wellington, uma coisa que a gente tem que ver de vez em quando é a aferição do nosso Cad para saber se está todo mundo que precisa estar lá dentro ou se tem gente que não precisa e está lá dentro. Vocês sabem que, de vez em quando, aparece algum malandro para ocupar o lugar de quem precisa. Então, é preciso que a gente faça seriedade na fiscalização para que a política pública seja corretamente aplicada. A gente pode errar em qualquer coisa, mas no combate à fome a gente não pode errar”, disse o presidente.
Em seu discurso, Lula lembrou de uma mulher, que ganhava R$ 300 por mês, durante agenda realizada no início de fevereiro em Magé. “A mulher tinha uma mãe, que tinha Alzheimer; ela tinha um filho, que tinha uma doença mental e morreu; ela tinha um neto, também com doença mental. Eu perguntei para ela quanto ganhava por mês. Primeiro, eu perguntei se ela recebia o Bolsa Família. Ela falou ‘não’. Eu falei ‘do que você vive?’ e ela me respondeu que ganhava R$ 300. Eu fiquei agoniado porque não tem programa do governo de R$ 300. Isso é para alguém que é meio governo. O nosso é inteiro”, afirmou.
As declarações do presidente aconteceram durante a primeira reunião plenária de 2024 do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Lula assinou dois decretos que tratam da segurança alimentar dos brasileiros e do combate à fome. Um regulamenta o programa Cozinha Solidária e o outro diz respeito da composição da cesta básica de alimentos, que terá menos alimentos ultraprocessados.
O decreto da cesta básica estabelece que a composição dela terá mais alimentos in natura ou minimamente processados. Com a nova composição, a cesta básica terá alimentos de dez grupos diferentes: feijões (leguminosas); cereais; raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; castanhas e nozes (oleaginosas); carnes e ovos; leites e queijos; açúcares, sal, óleo e gorduras; café, chá, mate e especiarias.
Na ocasião, a presidente do colegiado, Elisabetta Recine, entregou ao presidente um documento com 248 propostas para subsidiar o governo federal na elaboração do 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para o período de 2024 a 2027.