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Caos no Cruzeiro. Presidente dá palestra sobre gestão e jogadores entram em greve por salários

Os jogadores revelam. Clube paga apenas porcentagem, 10%, 20% dos salários. Desde o início do ano

Os jogadores revelam. Clube paga apenas porcentagem, 10%, 20% dos salários. Desde o início do ano Cruzeiro

São Paulo, Brasil

A situação é bizarra.

O presidente do Cruzeiro, Sergio Rodrigues, está em Portugal, em Lisboa.

Participa de um seminário e dará palestra sobre gestão moderna no futebol.

Global Football Management.

Enquanto isso, em Belo Horizonte, os jogadores do seu clube anunciam greve. 

Pelo motivo mais primário de qualquer administração: falta de pagamento.

Há atletas que Sergio Rodrigues não consegue pagar há seis meses.

Pior, os jogadores, mesmo sem receber, estão ajudando funcionários mais humildes que não têm condições de se sustentar. A situação é de enorme tensão.

Vanderlei Luxemburgo teria até convencido cozinheiros a fazer o jantar na segunda-feira e o almoço na terça-feira, dia do jogo contra o Botafogo. Sem receber, não queriam trabalhar. O treinador também implorou a colaboração de funcionárias da lavanderia do clube, revoltadas por não ganharem seus salários.

O empresário de Luiz Felipe Scolari, Jorge Machado, confirmou ontem que, no ano passado, quando Felipão estava no Cruzeiro, faltava até mesmo alimentação no clube. E que o treinador teve de pagar do próprio bolso passagens para atletas viajarem de avião, já que o Cruzeiro não tinha.

Jogadores revelam que decidiram entrar em greve porque, de acordo com eles, há meses a diretoria tem recebido o dinheiro de patrocinadores, como o do mecenas bilionário Pedro Lourenço, dono da rede BH, e usado uma cruel estratégia.

Está pagando apenas porcentagem dos salários. Há atletas que ganham 15%, 20%, 10% do que teriam direito. Alguns estariam se submetendo a essa situação desde o início do ano.

Quanto aos funcionários mais humildes, atletas avisam que há atrasos até para os que ganham um salário-mínimo.

A revelação já chegou à imprensa mineira.

Sergio Rodrigues dando palestra de administração de futebol. Enquanto o Cruzeiro não paga salários

Sergio Rodrigues dando palestra de administração de futebol. Enquanto o Cruzeiro não paga salários Cruzeiro

O Cruzeiro deve mais de R$ 1 bilhão.

Está proibido de contratar pela Fifa.

Motivo: calotes. Ou seja, comprou jogadores e não pagou. São R$ 6 milhões pelo atacante Riascos, junto ao Mazatlán, do México. E R$ 7 milhões ao Defensor, do Uruguai, por Arrascaeta.

O clube ainda deve R$ 16 milhões ao Pyramidis, do Egito, por conta da compra do meia Rodriguinho.

O Cruzeiro tem 26 processos trabalhistas de ex-jogadores.

Entre eles, os maiores valores envolvidos são com o atacante Fred: R$ 25 milhões, R$ 15 milhões ao lateral Dodô e R$ 16,6 milhões ao zagueiro Dedé.

O clube retirou os funcionários de sua sede administrativa, um prédio de 4,3 mil metros quadrados. Por uma questão de economia. Mas ainda não há certeza do que fará com o imóvel.

O clube vive um caos.

Luxa convenceu cozinheiros e funcionários da lavanderia a trabalhar com salários atrasados

Luxa convenceu cozinheiros e funcionários da lavanderia a trabalhar com salários atrasados Bruno Haddad/Cruzeiro

Desde que o presidente Sérgio Rodrigues assumiu, há exatos 500 dias, contratou seis treinadores. De filosofia completamente diferente. Enderson Moreira, Ney Franco, Luiz Felipe Scolari, Felipe Conceição, Mozart Santos e Vanderlei Luxemburgo.

O anúncio da paralisação foi feito nas redes sociais do goleiro Fabio.

Em 11º lugar, o clube tem mais do que encaminhado o terceiro ano na Segunda Divisão.

O departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais avalia em 0,15% a possibilidade de o clube subir para a Série A neste ano.

Todos já trabalham conformados sabendo que o clube ficará pelo terceiro ano seguido na Segunda Divisão.

A greve dos atletas era para ter acontecido logo depois da vitória contra o Coritiba, antes do jogo contra o Botafogo.

Mérito para Luxemburgo, que conseguiu convencer os líderes do time a adiar o movimento para após a partida contra os cariocas. Por conta da briga pela classificação. Mas depois do empate em 0 a 0, a greve começou.

Até pelo fato de o time só jogar daqui a oito dias, contra o Avaí.

Luxemburgo e os jogadores querem que a direção do clube arrume uma solução, pague os salários. Não só dos atletas, mas também dos funcionários.

O mecenas Pedro Lourenço já avisou no início deste mês.

“Não vou ficar salgando carne podre.”

Ou seja, acredita que já ajudou muito o Cruzeiro, comprando o patrocínio do clube de 2023. O combinado entre ele e a direção do clube é que o dinheiro seria usado para garantir o pagamento em dia dos jogadores e funcionários.

Ele está revoltado porque já sabe que o acordo não foi cumprido.

Pedro Lourenço, responsável pelo salário de Luxa, revoltado. 'Não vou salgar carne podre'

Pedro Lourenço, responsável pelo salário de Luxa, revoltado. ‘Não vou salgar carne podre’ Reprodução/Instagram

Enquanto isso, Sérgio Rodrigues rasga a Europa.

No mês passado, na Espanha, fez um curso de gestão.

E agora está em Lisboa, participando de um seminário de administração moderna de clubes de futebol.

Por coincidência, ou não, o ex-executivo do América Mineiro, Palmeiras, Atlético e do próprio Cruzeiro, Alexandre Mattos, participa desse seminário.

E não será surpresa se voltar contratado pelo Cruzeiro.

Enquanto isso os jogadores seguem a greve…

Fonte: R7 – Esportes

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