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segunda-feira, outubro 7, 2024

Apoio de R$ 12 milhões do BNDES fará do Armazém da Utopia maior equipamento cultural multiúso do Rio

  • Reforma financiada pelo Banco inclui obras de restauro e conservação, aquisição de mobiliário e equipamentos cênicos, tratamento e digitalização do acervo
  • Projeto contribui para revitalizar zona portuária do Rio de Janeiro e converge com ações que o BNDES realiza no território da Pequena África, que fica na região

 

Consolidando sua trajetória de maior apoiador do patrimônio histórico brasileiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiou, com R$ 12 milhões, o projeto do Instituto Ensaio Aberto (IEA) com uma reforma que fará do Armazém da Utopia o maior equipamento cultural multiúso do Rio de Janeiro. A edificação, que compreende dois armazéns construídos no início do século 20 e que têm, juntos, mais de 5 mil m2 na zona portuária, será inaugurada nesta quinta-feira, dia 12, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, entre outras autoridades.

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Projeto pioneiro para todo o segmento artístico, o novo armazém se transformará em um porto aberto para coletivos artísticos de trabalho continuado do Brasil, da América Latina, da África e de todo o mundo. O complexo é gerido desde 2010 pelo Instituto Ensaio Aberto (IEA), referência internacional como grupo teatral de trabalho continuado. A edificação é reconhecida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como o único, dentro os 14 armazéns da região, que mantém a arquitetura original, com a estrutura em aço e a fachada de tijolos aparentes, preservando a memória do Porto e dos portuários.

Os recursos do BNDES para a operação correspondem a 33% do investimento total no projeto, que inclui as obras de restauro e conservação, aquisição de mobiliário e equipamentos cênicos, tratamento e digitalização do acervo, entre outros itens. A preservação do traçado arquitetônico, aliada à refuncionalização viabilizada pelo uso da tecnologia, transformará o Armazém da Utopia no maior equipamento cultural capacitado para múltiplas funções do Rio.

Adaptado a todos os requisitos de acessibilidade e segurança, com casa de máquinas, foyer, bilheteria e café, o espaço estará apto a receber manifestações culturais, feiras, convenções e eventos corporativos, suprindo a deficiência de equipamentos desse tipo na cidade e reforçando seu impacto cultural na região do Porto Maravilha, onde já se encontram o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o AquaRio.

“O projeto está alinhado à estratégia de revitalização da zona portuária, onde já financiamos a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), e converge com os nossos esforços de requalificar o território da Pequena África, que também fica na região e onde devemos investir R$ 20 milhões, entre recursos próprios e de terceiros, para fortalecer as instituições locais e implementar o Museu Nacional da Herança Africana”, destacou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

A modernização do Armazém da Utopia também deve consolidar o IEA como referência para formação de uma rede de companhias de artes cênicas de trabalho continuado. Entre as entregas previstas no projeto, está a recepção de cinco grupos teatrais visitantes ou residentes em dois anos.

A projeção da Companhia Ensaio Aberto é que o número de espectadores após a reforma chegue a cerca de 150 mil pessoas por ano, salto de 260% em relação aos 57,6 mil espectadores de artes cênicas no espaço atualmente. Estima-se ainda que o público das programações culturais de outros segmentos que o local recebe seja de pelo menos o dobro do atual.

O IEA atua desde 1992 e tem repertório focado em temas de interesse político e histórico. Seu público é marcado por forte presença da população de baixa renda, cujo acesso é viabilizado pela Ciência do Novo Público (CNP), metodologia de mapeamento, formação e fidelização de plateia criada pelo IEA. A CNP, que será compartilhada com as companhias convidadas, também atende a um público de escolas públicas e privadas, universidades e projetos sociais.

Ao ocupar um imóvel ocioso do Estado, seguindo o exemplo de companhias como a francesa Thèâtre du Soleil e a brasileira Teatro Oficina, tornou-se um paradigma para grupos de trabalho continuado no País, onde mantém contato com companhias como Ói Nóis Aqui Traveiz (PoA), Grupo Galpão (BH) e Companhia do Latão (SP). O Armazém caracteriza-se também como um espaço de inclusão das comunidades do entorno do cais do porto, como Saúde, Santo Cristo, Gamboa e adjacências.

Fonte: Agência BNDES

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