Ex-juiz da Operação Lava Jato, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) ironizou a ida do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça e Segurança Pública do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na quinta-feira 11, mesmo dia em que o petista anunciou o nome de Lewandowski para o posto, Moro usou as redes sociais para afirmar que a ida para um posto de primeiro escalão da Presidência fica “entendida que não é suspeição”.
Fica então entendido que aceitar cargo em Ministério não é e nunca deveria ter sido causa de suspeição.
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 11, 2024
Um dos ex-procuradores da Lava Jato, ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) questionou se Lewandowski vai ter reconhecidas “suas parcialidades pró-Lula e pró-PT”.
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A declaração de Moro faz a referência às críticas direcionadas a ele quando assumiu, em 2019, o MJ no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão de Bolsonaro se deu em virtude de Moro ter sido um dos principais nomes da Lava Jato, que prendeu e condenou, entre outros nomes, o presidente Lula.
Em 2021, o STF declarou que Moro atuou com parcialidade no processo de Lula que envolvia o triplex no Guarujá. Depois, o petista teve as condenações no âmbito da operação anuladas.
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Também nas redes sociais, Dallagnol mencionou momentos em que as decisões de Lewandowski beneficiaram Lula e lembrou a acusação de suspeição contra Moro.
“A mesma situação agora vivida por Lewandowski foi usada pelo STF como um dos principais fundamentos para anular as sentenças de Sergio Moro contra Lula: o tribunal viu parcialidade de Moro ao aceitar se tornar ministro da Justiça de Bolsonaro, depois de ter tomado decisões contra Lula”, escreveu o ex-procurador da Lava Jato.