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segunda-feira, novembro 25, 2024

Quer ir além do Google? Veja como usar sites de pesquisa com IA generativa

Não é só você. Muitas pessoas acham que as pesquisas do Google estão piorando. E a ascensão dos chatbots de IA generativa oferece novas maneiras de pesquisar informações.

Embora o Google venha sendo há décadas o balcão de referência, a ponto de “dar um Google” ser sinônimo de pesquisar online, sua dominância de longa data atraiu uma enxurrada de links patrocinados ou de spam, e conteúdo de baixa qualidade alimentado por técnicas de “otimização de mecanismos de pesquisa”. Tudo isso tira espaço dos resultados verdadeiramente úteis.

Um estudo recente feito por pesquisadores alemães sugere que a qualidade dos resultados dos mecanismos de busca Google, Bing e DuckDuckGo esteja de fato diminuindo. O Google afirma que seus resultados são de qualidade significativamente maior que a de seus concorrentes, mencionando medições feitas por terceiros.

Agora, chatbots alimentados por inteligência artificial generativa, incluindo a do próprio Google, estão prestes a mudar o funcionamento das pesquisas. Mas eles têm seus próprios problemas: como a tecnologia ainda é muito nova, existem preocupações sobre a precisão e a confiabilidade dos chatbots de IA.

Se você quiser testar a forma de fazer buscas com IA, elaboramos um tutorial:

Onde encontro ferramentas de busca com IA?

Usuários do Google não precisam ir muito longe. No ano passado, a empresa lançou seu próprio chatbot assistente com IA, conhecido como Bard, mas recentemente abandonou esse nome e o substituiu por um serviço semelhante, o Gemini.

Usuários do Bard agora são redirecionados para o site do Gemini, que pode ser acessado diretamente por navegadores de desktop ou dispositivos móveis.

O aplicativo do Gemini também foi lançado nos EUA este mês e está sendo distribuído em japonês, coreano e inglês mundialmente, exceto na União Europeia, Reino Unido e Suíça, segundo um aviso de atualização, que dá a entender que “em breve” serão incluídos mais países e idiomas.

O Google também está testando uma nova oferta de busca, denominada “Experiência Generativa de Pesquisa”, que substitui links por uma imagem gerada por IA com informações essenciais. Mas, por enquanto, ela está limitada a usuários dos EUA inscritos pelo site experimental Labs.

O Bing, mecanismo de busca da Microsoft, vem oferecendo há cerca de um ano buscas com IA generativa alimentadas pela tecnologia ChatGPT da OpenAI, sob o nome Bing Chat, agora rebatizado como Copilot.

Na página inicial de pesquisa do Bing, clique no botão Chat ou Copilot sob a janela de busca e você encontrará uma interface de conversa onde pode digitar sua pergunta. Há também um aplicativo do Copilot.

Surgiram várias startups com sites de pesquisa IA, mas não são tão fáceis de encontrar. Uma busca padrão no Google não ajuda tanto, mas buscas no Copilot e no Bard trouxeram vários nomes, como Perplexity, HuggingChat, You.com, Komo, Andi, Phind, Exa e AskAI.

É preciso fazer uma assinatura ou pagamento?

Muitos desses serviços têm versões gratuitas. Eles normalmente limitam o número de consultas que você pode fazer, mas oferecem níveis premium que oferecem IA mais inteligente e mais recursos.

Os usuários do Gemini, por exemplo, podem pagar 20 dólares (100 reais) pela versão avançada, que vem com acesso ao seu modelo de “maior capacidade”, o Ultra 1.0.

Os usuários do Gemini precisam estar conectados em uma conta Google e ter pelo menos 13 anos de idade – 18 na Europa ou no Canadá. Usuários do Copilot não precisam usar uma conta Microsoft e podem acessar o serviço pelas páginas iniciais da ferramenta de busca Bing ou do próprio Copilot.

Os sites de startups são em regra de uso gratuito e não exigem a criação de uma conta. Muitos também têm níveis premium.

Como faço uma busca com IA?

Em vez de digitar uma série de palavras-chave, as pesquisas com IA precisam ser feitas em forma de conversa, por exemplo, “Taylor Swift é a artista musical feminina de maior sucesso?” ou “Quais são alguns bons lugares para se viajar na Europa no verão?”.

O site Perplexity aconselha a usar “linguagem cotidiana, natural”. O Phind diz que é melhor fazer “perguntas completas e detalhadas”, que comecem, por exemplo, com “o que é” ou “como”.

Se você não ficar satisfeito com a resposta, alguns sites permitem que faça mais perguntas complementares para obter as informações necessárias. Alguns indicam perguntas sugeridas ou relacionadas.

O Microsoft Copilot permite escolher três estilos de chat diferentes: criativo, equilibrado ou preciso.

Como são os resultados?

Ao contrário dos resultados de pesquisa do Google, que exibem uma lista de links, incluindo os patrocinados, os chatbots de IA produzem um resumo legível da informação, algumas vezes com links importantes como notas de rodapé. As respostas variam, às vezes de forma discrepante, a depender do site.

Elas podem se destacar quando o objetivo é pesquisar sobre fatos obscuros, como, por exemplo, um detalhe sobre alguma política da União Europeia.

As respostas do site Phind.com estavam entre as mais legíveis e foram apresentadas consistentemente em forma narrativa. Em alguns momentos, porém, o site ficou misteriosamente fora do ar.

O teste com uma questão simples – qual a média de temperatura em Londres na segunda quinzena de fevereiro? – produziu uma gama semelhante de resultados na maioria dos sites: de 7 a 9 graus Celsius.

Curiosamente, o Andi forneceu as condições climáticas atuais em Nova York, embora tenha usado a cidade correta em outra tentativa posterior.

Outra busca, pelos nomes e mandatos dos CEOs da Aston Martin, fabricante de carros de luxo do Reino Unido, é o tipo de informação que está disponível online, mas exige um pouco de trabalho para ser reunida.

A maioria dos sites trouxe os nomes dos últimos dez ou vinte anos. A AskAI forneceu uma lista que ia até 1947, com suas três principais “fontes confiáveis”, mas sem links.

Quais são as desvantagens?

Embora os chatbots possam soar confiáveis porque produzem respostas que parecem ter sido escritas por um ser humano confiante, não estão sempre certos. Os chatbots de IA são conhecidos por produzirem respostas enganosamente convincentes, apelidadas de “alucinações”. O site HuggingChat alerta que “o conteúdo gerado pode ser impreciso ou falso” e o Gemini diz que poderia “exibir informações imprecisas, inclusive sobre pessoas”.

Esses sistemas de IA analisam vastos conjuntos de informações recolhidas na web, conhecidos como grandes modelos de linguagem, e depois usam algoritmos para chegar a respostas coerentes, mas nem todos revelam como chegaram a elas.

Alguns chatbots de IA já divulgam os modelos nos quais seus algoritmos foram treinados. Outros fornecem poucos detalhes, ou nenhum. A melhor recomendação é tentar em mais de um e comparar os resultados, e sempre verificar as fontes.

Por exemplo, a certa altura o chatbot Komo insistiu que a população do Canadá em 1991 era de 1 milhão de pessoas, e manteve o número errado mesmo depois que perguntamos se ele tinha certeza. Ele citou uma página da Wikipédia, o que revelou que o número veio de uma tabela com a população indígena do país. Ele encontrou o número correto quando tentei novamente mais tarde.

Leia Também: Entenda regras do TSE para uso de inteligência artificial nas eleições

Fonte: Notícias ao Minuto Brasil – Tech

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