Água farta e de boa qualidade para os produtores do Núcleo Rural Alexandre Gusmão, em Brazlândia. O governador Ibaneis Rocha inaugurou nesta sexta-feira (1º) o trecho final do Canal do Rodeador, projeto que garante abastecimento hídrico a 96 propriedades agrícolas e a cerca de 300 famílias. Mais de R$ 7 milhões foram investidos na construção de tubulações que vão evitar uma perda de 150 litros de água por segundo. Com a economia serão beneficiados aproximadamente 60 mil habitantes da região administrativa.
“Brazlândia é uma cidade em que nós temos feito um investimento muito grande desde o nosso primeiro mandato”, afirmou Ibaneis Rocha. “É um dos maiores e mais importantes produtores do Distrito Federal. Nós vamos continuar trabalhando e melhorando os nossos canais rurais e a captação de água, para que a população esqueça de vez o tempo de uma das maiores secas, quando os agricultores tiveram que parar de produzir porque não tinha irrigação e os canais prontos”, declarou.
Foram investidos R$ 7.190.944 na implantação dos 15,4 km de tubos, incluindo o canal principal e mais dois ramais, no trecho final do Canal do Rodeador, verba proveniente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), ligada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, e da Associação Multissetorial de Usuários de Recursos Hídricos de Bacia. A obra foi coordenada pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
“O Canal do Rodeador é o mais importante que nós temos na área rural do Distrito Federal. Hoje essa tubulação vai garantir um aproveitamento melhor da água que entra no canal. Consequentemente, um uso mais racional por parte dos produtores e também do excedente dessa água que vai chegar na Bacia do Descoberto”, afirmou o secretário executivo de Agricultura do DF, Rafael Bueno.
Além das tubulações, foram construídas caixas de passagem e derivações, dissipadores e caixas de areia, tudo em concreto armado. Duas passagens sob as rodovias DF-445 e BR-080 também fazem parte do projeto, que leva a água da Bacia do Descoberto para os produtores rurais da região.
“Estamos falando de quase 100 propriedades e, para nós, é de muita alegria porque nós estamos numa região onde são fortes a horticultura e a fruticultura, atividades que necessariamente demandam água de qualidade chegando ao produtor”, acrescentou Bueno.
Com a entrega, foram totalizados cerca de 25 km tubulados, proporcionando uma economia de 40% da água na região. “Vamos continuar atendendo os produtores rurais e essas famílias poderão atender e abastecer a cidade de alimentos. Também vai sobrar água para que até 60 mil pessoas possam bebê-lá e utilizá-la nas cidades”, afirmou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval.
Economia e desenvolvimento
A rede de irrigação que atendia a região de Alexandre Gusmão era formada por 35 km de canais totalmente abertos. A exposição, segundo o produtor rural Roberval Gontijo, de 52 anos, causava diversos problemas. “Os canais entupiam por causa das folhas, parte do volume era perdido por causa de infiltração e corríamos o risco de animais morrerem dentro da canaleta, contaminando a água”, comentou.
Com a substituição dos canais por tubos de polietileno, os problemas foram resolvidos. “Não sofremos mais com a perda de água, nem com o risco de contaminação”, observou Gontijo. “Além disso, estamos mais protegidos ambientalmente e juridicamente. Porque o envolvimento do Governo do Distrito Federal oficializou o uso da água, temos agora a outorga da rede de irrigação”.
O novo canal tem capacidade de vazão máxima de 300 litros de água por segundo, beneficiando aproximadamente 500 pessoas.
“Nós vamos economizar, porque ao tubular você evita a evaporação e as perdas, com isso aumenta a produtividade”, avaliou o presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro. “Estamos falando de economia e de desenvolvimento. Mas, principalmente, estamos atendendo uma demanda dos produtores rurais e melhorando as condições de vidas das pessoas”.
Animado com a obra, o produtor rural Ricardo Sassa, 45, aponta que o abastecimento mudou bastante depois que as tubulações foram construídas. “Observamos uma melhora da velocidade com que a água se movimenta dentro da rede”, contou. “Antigamente, quando a gente fechava a comporta principal, a água demorava cerca de 12 horas para chegar em todas as propriedades da região. Agora, esse tempo foi reduzido em 5 horas, um grande avanço”.
A administradora de Brazlândia, Luciana Ferreira, destacou o papel do projeto para toda a comunidade da região administrativa. “Esse canal, para nós, é motivo de muita comemoração, porque não somente os produtores são beneficiados, mas a população que usa essa água”, definiu.
*Fonte: Agência Brasília