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segunda-feira, novembro 25, 2024

Filme com a ganhadora do Oscar, Allison Janney, que passou despercebido na Netflix, vai tirar seu fôlego

A existência humana, para alguns, se assemelha a um caldo diluído de experiências, onde os afetos se apresentam como relíquias quebradas de um passado distante, sustentando-se apenas na ilusão. Em meio a essa realidade, a humanidade se volta para criações como a filosofia, buscando compreensão para as angústias atemporais que nos assolam. No entanto, há momentos na vida que transcendem até mesmo a vastidão do conhecimento filosófico, obrigando-nos a enfrentar o desafio de recomeçar, um gesto que vai além da coragem, tocando as raias da crença na vida.

Transformações significativas na trajetória de um indivíduo geralmente se iniciam após momentos de dúvida. Encontrar o impulso para mudar de direção e explorar novos horizontes é uma demonstração de força, um testemunho da busca humana por um lugar ao sol. No filme “Lou” de Anna Foerster, essa jornada de transformação é encapsulada na protagonista, sem pretensões de inovar, mas com um objetivo claro: levar o espectador a uma conclusão inevitável, navegando por uma narrativa repleta de turbulências.

Allison Janney, uma atriz ainda subestimada pelo cinema, brilha em mais um papel que desafia sua versatilidade, após sua aclamada atuação em “Eu, Tonya”. Em “Lou”, Janney se aventura novamente em um terreno familiar, interpretando personagens maternas complexas e marcadas por um passado controverso. O mistério que envolve sua personagem é o eixo central do filme, sugerindo aos espectadores que olhem além do óbvio.

A trama se aprofunda com a chegada de Philip, interpretado por Logan Marshall-Green, cuja aparência esconde segredos e inquietações. Este personagem introduz um novo nível de complexidade à história, desvendando gradualmente os mistérios que Lou carrega consigo. Temas como maternidade, preconceito etário, feminismo e solidariedade feminina culminam em um desfecho impactante, onde Janney entrega uma performance memorável, desafiando noções preconcebidas sobre maternidade.

A ilha das Orcas, com sua isolada beleza, serve de pano de fundo para a introspectiva Lou, cuja solidão é apenas quebrada por seu fiel cão e interações esporádicas com os habitantes locais. A chegada de Hannah e sua filha Vee introduz uma nova dimensão à vida de Lou, suavizando sua misantropia e revelando camadas de complexidade em sua personalidade.

O filme, através de sua narrativa e personagens bem construídos, convida o espectador a refletir sobre a capacidade de superação e a força necessária para enfrentar as adversidades da vida. “Lou” se destaca não apenas pela atuação de Janney, mas também pela habilidade de Foerster em tecer uma história que desafia expectativas, mantendo o público engajado até o último momento.


Filme: Lou
Direção: Anna Foerster
Ano: 2022
Gêneros: Ação/Crime/Drama
Nota: 8/10

Fonte: R7 – Cinema

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