A defesa do suspeito preso por matar o galerista americano Brent Sikkema, no Rio de Janeiro, não falou claramente em confissão e definiu o caso como um “crime de mando”.
Em entrevista ao Balanço Geral RJ, o advogado Greg Andrade informou que o cliente vai colaborar com as investigações.
A defesa do cubano Alejandro Prevez agendou um novo depoimento à polícia, para a próxima terça-feira (30).
“É um crime de mando. Agora, se ele cometeu, qual é a dinâmica, quem fez, como foi… Ele vai trazer mais informações na terça-feira, quando prestará depoimento ao delegado”.
O advogado citou ainda que “a motivação do crime foi medo”, já que o cliente tem a família em Cuba. Em defesa, Greg Andrade disse que o suspeito não é um criminoso “contumaz”.
“Foi uma situação pontual na vida dele, que, sim, foi envolvido, estava com medo. Aconteceu o que aconteceu. Ele vai trazer mais informações”.
Ainda de acordo com o advogado, o cubano possuía uma relação “profissional” com o galerista. A polícia já havia informado que vítima e suspeito já conheciam.
A prisão do cubano
Os investigadores chegaram até o cubano a partir de análise de câmeras de segurança. Segundo a polícia, Alejandro Prevez foi flagrado em um vídeo, em frente à casa da vítima, retirando luvas das mãos.
De acordo com as investigações, o suspeito monitorou o estrangeiro por 14 horas e esperou o melhor momento para invadir a casa de Sikkema.
O laudo pericial indicou que o americano foi ferido com 18 facadas, sendo os golpes concentrados nas regiões do rosto e do tórax.
Ainda segundo a polícia, o suspeito fugiu levando R$ 30 mil e US$ 30 mil, além de objetos de valor que estavam no imóvel.
Ele foi preso, na última quinta (18), em um posto de combustíveis, em Minas Gerais, quando estava em fuga devido à divulgação das imagens.
Vítima e suspeito já se conheciam
Os investigadores foram informados por testemunhas que Brent Sikkema conhecia o assassino. Eles teriam se encontrado, em circunstância ainda não reveladas, em meados de 2023.
A polícia investiga uma possível ligação entre o criminoso e o companheiro da vítima, já que os dois são cubanos.
O que se sabe é que o casal estava em processo de separação e brigava pela guarda do filho na Justiça.
Inicialmente, a Delegacia de Homicídios da Capital considerou a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) para o crime, mas nenhuma linha de investigação foi descartada.
Quem é Brent Sikkema?
O americano Brent Sikkema, de 75 anos, morto a facadas dentro de sua residência no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, era sócio de uma importante galeria de arte em Nova York.
Sikkema morava nos Estados Unidos, mas viajava, ao menos três vezes por ano, para o Brasil, durante as festas de fim de ano e o Carnaval.
Segundo a advogada do americano, ele era apaixonado pela arte brasileira e pelo país. Inclusive, tinha a intenção de se mudar para o Brasil.
Foi a advogada e amiga de Sikkema que encontrou o corpo da vítima sobre a cama, no dia seguinte ao assassinato.
Ela foi à residência, no Jardim Botânico, por não conseguir contato no dia em que os dois tinham uma reunião marcada.