Esta é a edição da Menu, a newsletter da Folha com dicas de restaurantes, receitas e o que mais você precisa saber sobre gastronomia. Ela chega antes para assinantes premium. Quer recebê-la todas as sextas no seu email? Inscreva-se abaixo:
As Bahamas usam do frescor dos frutos do mar para conquistar o paladar. Nas 16 ilhas principais, cada uma com suas peculiaridades gastronômicas, são feitas receitas doces, alcoólicas e apimentadas.
Conversei com Simeon Hall Jr., chef do restaurante Preacher’s Kid, em Nassau, na ilha de Nova Providência, para conhecer a culinária do país.
“Somos conhecidos pelos peixes, lagostas espinhosas e caracóis marinhos. Ao vir para alguma das nossas ilhas, não espere comer bifes, mas incríveis frutos do mar”, explica Hall.
Segundo o chef, a maioria dos turistas não quer nada além dos alimentos do mar, como peixes regionais frescos, em especial pargo, garoupa ou peixe-leão.
“Nas Bahamas, se pedir salmão [um peixe de lugares gelados], você deveria se envergonhar”, brinca.
Os pratos típicos, continua o chef, são como uma bandeira nacional que representa a cultura do país. “É possível encontrá-la nos ótimos hotéis e restaurantes, mas também nos locais pequenos”.
Para começar
A “conch salad”, salada feita com caracóis do mar, é um bom ponto de partida.
Versão caribenha do ceviche, cada ilha tem suas idiossincrasias no preparo. Mas, em geral, há dois jeitos de fazer: o tradicional e o tropical.
Em Nova Providência, onde Hall nasceu, a salada tropical inclui mangas e abacaxis. Nela, são misturados moluscos cortados em cubos, pimentões, cebola, tomate e pimenta habanero. Depois, acrescenta-se limão ou laranja, além de sal marinho local.
“Ou você ama ou você odeia o prato com frutas”, diz o chef. “Eu, por exemplo, odeio. Não porque é ruim, mas porque sou purista com a salada”.
Na versão tradicional preferida pelo chef, retiram-se as frutas, o que deixa o prato menos doce. A refeição fica disponível o ano inteiro porque os caracóis marinhos abundam na região.
Onde buscar?
Hall orienta a procurar a salada de forma direta com os pescadores, que costumam montar barracas próximas ao mar.
“O frescor faz toda diferença no sabor”, afirma ele. “É uma experiência diferente com a salada de caracol marinho feita na sua frente, assim comemos os bahamenses”.
OUTROS PRATOS
Guava duff
Bolo de goiabas frescas, feito no vapor e servido com molho de manteiga de rum.
A sobremesa também pode ser preparada com outras frutas, como abacaxi. Na versão original, o bolo era feito com uvas passas hidratadas, mas o segredo para uma boa sobremesa é buscar locais que usem ingredientes frescos, segundo o chef.
“É aí que o doce fica maravilhoso”, afirma ele.
Bolo de rum
Sobremesa alcoólica, com massa bem molhada. “Nosso rum é maravilhoso”, diz Hall. As marcas preferidas do chef para o destilado à base de cana-de-açúcar são a John Watling’s Distillery e Pin Drop Rum.
Cervejas
Produzidas de forma artesanal ou industrial, a bebida cai bem no clima do país caribenho. O chef indica produtos como Sands Beer, Kalik Beer, Riptide Beer —produzida na Flórida, nos Estados Unidos, próxima às ilhas— ou Pirates Republic Beer.
“Uma verdadeira experiência bahamense consiste de salada de caracol marinho e cerveja gelada”, afirma Hall.