LEONARDO ZVARICK
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Hospitais e clínicas particulares de São Paulo registram falta da vacina contra dengue em meio à alta de casos da doença e crescente procura pelo imunizante. Segundo o governo paulista, 19.243 casos foram confirmados no estado até o dia 27 de janeiro.
No hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade, as vacinas se esgotaram no último fim de semana. “Segundo a Takeda, laboratório fabricante do imunizante, o reabastecimento será gradual, priorizando pacientes que já receberam a primeira dose e irão completar o esquema vacinal”, disse a instituição, em nota.
O imunizante também está indisponível em parte da rede administrada pelo Hospital Israelita Albert Einstein. À reportagem, a central de atendimento da instituição disse que até o último sábado (3), ainda havia doses disponíveis em todas as sete unidades que oferecem vacinação. Nesta segunda (5), porém, após alta procura, apenas as unidades do Ibirapuera e da Chácara Klabin, ambas na zona sul da capital, ainda tinham estoque.
A rede de clínicas Hermes Pardini também foi procurada e afirmou em seu canal de atendimento que a vacinação contra a dengue está suspensa em todas as suas unidades.
A reportagem entrou em contato com a administração do Hospital Israelita Albert Einstein e a rede Hermes Pardini para questionar a respeito do reabastecimento, mas a solicitação não foi respondida até a publicação do texto.
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O Grupo Fleury, que oferece serviço de vacinação em 12 clínicas em São Paulo, diz que a demanda cresceu cerca de 300% em janeiro em comparação com o mês anterior. O estoque remanescente já foi limitado aos clientes que solicitaram a segunda dose, e em algumas unidades a vacina já está indisponível.
Segundo o assessor científico do Fleury, José Geraldo Leite Ribeiro, a farmacêutica Takeda mantinha abastecimento regular até a semana passada. “Quando fomos fazer uma compra, fomos informados pelo distribuidor que a Takeda havia suspendido a venda”, disse.
O grupo Dasa, por sua vez, afirmou que a busca pelo imunizante cresceu mais de 400% no mês passado, o que levou à interrupção da oferta da vacina em parte de seus estabelecimentos.
Procurada, a farmacêutica Takeda, fabricante da Qdenga, declarou que limitou o fornecimento ao mercado privado para priorizar o atendimento ao Ministério da Saúde. O imunizante deve ser distribuído pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ainda em fevereiro para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, em regiões de maior circulação do vírus.
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“O fornecimento da vacina contra a dengue, Qdenga, no mercado privado brasileiro, será limitado para suprir e priorizar o quantitativo necessário para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante na rede privada completem seu esquema vacinal”, disse a empresa, em nota.
Disponível na rede particular desde julho do ano passado, o preço do imunizante varia de R$ 400 a R$ 490. O esquema vacinal é composto de duas doses.
A farmacêutica garantiu a entrega de 6,6 milhões de doses em 2024 e mais 9 milhões de doses para 2025. “Em paralelo, estamos buscando todas as soluções possíveis para aumentar o número de doses disponíveis no país, e não mediremos esforços para isso.”
Takeda acrescenta que está comprometida em buscar parcerias com laboratórios públicos nacionais para acelerar a capacidade de produção da vacina, “alinhada às diretrizes do Complexo Econômico Industrial da Saúde para atender a demanda do SUS sob os princípios de integralidade e da universalidade”.
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