A busca por alternativas sustentáveis no setor automotivo ganha um novo capítulo com a história de um audacioso dono de um Tesla Model Y.
Decidido a explorar os limites da autonomia veicular, ele adaptou o teto de seu carro elétrico com painéis solares, visando um aumento de até 100 km na capacidade de deslocamento.
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Essa iniciativa, embora repleta de otimismo, esbarra em desafios técnicos e suscita debates acerca da viabilidade de automóveis solares.
História inusitada deu errado
Historicamente, gigantes como Toyota e Mercedes já navegaram por essas águas. A Toyota incorporou painéis solares ao Prius, obtendo um modesto ganho na eficiência energética.
Já a Mercedes, com o protótipo Vision EQXX, conseguiu percorrer mais de 1.200 quilômetros, mas a contribuição solar foi inferior a 50 km.
Tais experimentos, embora promissores, revelaram uma verdade incontornável: a tecnologia solar, por si só, ainda não é capaz de revolucionar a autonomia dos carros elétricos.
Tesla com painéis solares – Imagem: IGN Brasil/Reprodução
O projeto do Tesla Model Y, detalhado pelo proprietário na plataforma Reddit, ilustra bem essa realidade.
Apesar da promessa de um acréscimo significativo de autonomia, a eficácia dos painéis solares instalados levanta questões.
A configuração atual, que se projeta 27 centímetros acima do teto, será otimizada para reduzir a altura e aprimorar o alinhamento.
O objetivo é acomodar 4.000 W de capacidade solar, o que, em teoria, permitiria recarregar o veículo enquanto estacionado.
No entanto, a praticidade dessa solução é questionável. A adição de painéis aumenta o peso e compromete a aerodinâmica do automóvel, potencialmente reduzindo sua eficiência energética em cerca de 10%.
Analistas sugerem que, sob condições reais de uso, o ganho real de autonomia pode não ultrapassar os 40 quilômetros, um resultado modesto frente ao esforço e ao investimento realizado.
A complexidade do sistema solar no Tesla também não se limita à sua instalação. Quando o carro está em movimento, os painéis são retraídos, comportando-se como uma carga adicional no teto.
Essa dinâmica levanta dúvidas sobre o impacto no desempenho do veículo e no conforto dos passageiros, especialmente considerando o potencial aumento de ruído.