O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que processe os deputados federais Gilvan da Federal e Marcos Pollon, por ofensas contra ele na Câmara em dezembro. Os documentos foram enviados à AGU em 22 de janeiro.
Os dois parlamentares são do Partido Liberal (PL) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Almeida participou de uma audiência conjunto de dois colegiados da Câmara dos Deputados em 5 de dezembro: de Segurança Pública e Fiscalização Financeira e Controle. A sessão foi encerrada por causa de uma discussão entre os parlamentares e o ministro do governo Lula.
O deputado Gilvan da Federal acusou o ministro dos Direitos Humanos de ter ligações com o Comando Vermelho (CV). “Caluniador!”, rebateu Almeida na época. Pollon repetiu as acusações e questionou se o ministro teve relações com o crime organizado como advogado.
Dama do Tráfico: Ministério dos Direitos Humanos pagou passagens de esposa de líder do Comando Vermelho para participação de evento
“Senhor ministro, a relação do senhor com facções criminosas antecede o seu exercício do ministério ou veio após a sua posse no ministério dos Direitos Humanos?”, perguntou Pollon, segundo o jornal O Globo. “O senhor, como advogado, tinha relações anteriores ou essas relações só se derem depois da sua posse como ministro?”
Luciane Barbosa Farias, mulher do chefe do Comando Vermelho preso no Amazonas e conhecida como “Dama do Tráfico”, participou de um evento do Ministério dos Direitos Humanos em 6 de novembro em Brasília.
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O próprio ministério do governo Lula pagou as passagens de Luciane, que fez um discurso contra as revistas em presídios. O episódio deixou a oposição indignada.
Luciane é mulher de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”. Ele foi condenado há 31 anos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Luciane foi condenada a dez anos.
Silvio Almeida pediu à AGU que apresente uma queixa-crime contra Gilvan e um pedido de explicações a Pollon. “Os parlamentares insinuaram a prática de fatos criminosos a mim, em clara ofensa à minha honra, especificamente como ministro”, disse Almeida.