Ter uma válvula de escape alivia a pressão das cobranças diárias, desafoga os pensamentos, libera o stress e renova o ar, possibilitando que as ideias respirem novamente. “O Viajante” é sobre como superar o caos moderno aproveitando essa viagem maluca da vida, seja com uma pausa pra fazer um som, um rolê com os amigos na madrugada ou com uma viagem de férias, não importa. O que importa é seguir a viagem conectado, consigo mesmo e com a sua verdade. O álbum da banda Mourisco se encontra disponível em todas as plataformas de streaming.
A inspiração da composição vem de meados de 2017 até o final de 2019, quando William passou por um processo de assédio moral, esgotamento mental, depressão e falta de motivação no trabalho. “O Viajante”: https://open.spotify.com/intl-pt/album/1RzbOpUHsBjUF7Vr01ZaBw
Formado em 1998 em Porto União/SC, passou por um hiato de 2007 a 2020, atualmente é formada por Monster no baixo e voz, Robinho na guitarra e voz, Cristian na bateria. Em seus lançamentos mais recentes, a banda vem levando sua versatilidade mais além com participações especiais de artistas de outras praias musicais. Suas letras, em português, abordam temas urbanos característicos do gênero, como desigualdade social, alienação e violência. Indicado a quem curte um hardcore das antigas, mas está cansado das mesmas coisas de sempre.
Conversamos com a banda sobre suas influências musicais, processo de gravação, entre outras curiosidades. Confira a entrevista:
De onde surgiu o nome “MOURISCO”? Quando a banda voltou a ativa depois de um longo hiato, queríamos rebatizar o projeto com algo que tivesse uma conexão conosco e com a atualidade. Ensaiamos no Monster Studio, estúdio do William (eu que vos falo), e em cima do estúdio, no telhado, morava um gato mourisco, de rua. Talvez seja um termo regional, mas pra nós, gato mourisco é aquele cinza com rajados escuros na pelagem. Se você jogar no google, gato mourisco vai representar um gato do mato, selvagem. Nós o batizamos de Sr. Mourisco. Enfim, o gato vivia invadindo nosso estúdio, mijada pelos cantos pra marcar território, batia nos outros gatos da vizinhança, inclusive no cachorro da casa, mas era ao mesmo tempo muito dócil com a gente, fazia tudo do seu jeito para ganhar seu espaço e a simpatia dos pobres humanos que ele adotou, era um tremendo de um safado de um gato punk. Por fim, decidimos homenageá-lo batizando a banda.
Como e onde surgiu a ideia de formação da banda? Surgiu em 1998, em Porto União da Vitória, são duas cidades gêmeas. União da Vitória – PR e Porto União – SC. Formada no início por adolescentes que só queriam curtir a vida adoidado, começou a ganhar destaque em 2003 com o lançamento do seu primeiro álbum de músicas autorais. Pouco tempo depois de lançar o segundo trabalho em 2006 a banda desmanchou e cada um seguiu seu caminho. Em 2020, a gente retoma o projeto e começa a construir uma nova história, agora com uma nova formação.
A banda lançou um álbum. Como foi a gravação e produção desse conteúdo? O último álbum levou aproximadamente 1 ano pra ficar pronto. Escolhemos 6 músicas do repertório para retrabalhar e fazer versões acústicas, atuais e modernas, que soassem de uma maneira bem diferente, mas sem perder nossa essência. Gravamos em 2 estúdios, o Monster e o Alks, ambos estão em Porto União e uniu vários músicos e amigos que tocaram e ajudaram a chegarmos no resultado final. A música inédita, O Viajante, saiu de última hora, não era pra entrar no disco, e foi a cereja do bolo que faltava.
Quais são as principais influências musicais da banda? São variadas. Eu e o Cristian temos influências mais parecidas, pois temos a mesma idade. Começamos com os rocks clássicos e subvertentes, como ACDC, Guns, Led, Metallica, Ramones, aos punk/hc/grunge dos anos 90/2000, como Green Day, Nirvana, Pearl Jam, NOFX. Já o Robinho que vem de uma geração mais nova curte desde The Cure a Gorillaz, passando por Beatles, Kottonmouth Kings e Yelawolf. Hoje acredito que a banda inteira é mais eclética e ouve um pouco de tudo.
A cena independente costuma não ser tão favorável às bandas underground. Quais as dificuldades que a banda já passou nesse cenário e quais as maiores motivações da banda? Nos anos 2000 a gente conseguia tocar bastante e tirar uma graninha que dava pra se virar legal, tirando alguns calotes que poucas vezes tomamos. Uma dificuldade que é perceptível para nós é conseguirmos nos inserir no cenário independente brasileiro, como um todo. São poucas as casas de shows que promovem festivais com bandas novas, que ainda não tem certa expressão nacional. Tudo que uma banda quer é tocar e mostrar o trabalho. A nossa maior motivação é a música, e nos desafiamos a cada novo trabalho em fazer algo melhor, com mais verdade, com mais entrega, pois acreditamos que a arte e a música podem fazer a diferença na vida de muitas pessoas, e buscamos isso, sensibilizar, emocionar, refletir sobre a nossa vida em sociedade, e como podemos deixar nossa marca nessa construção cultural.
Há previsão de clipe desse novo album? Já foram lançados 4 clipes do novo álbum e pretendemos lançar mais alguns ainda esse ano, enquanto produzimos nosso novo álbum de inéditas.
A banda está com agenda de shows? Agenda 2024 aberta para a Tour O Viajante. Temos 2 shows agendados para fevereiro, 23 em Jaraguá do Sul, SC ao lado da banda estadounidense Public Serpents, e 24 em Rio Negrinho, SC. Em março um show em União da Vitória, PR e outros à confirmar, e em abril à confirmar em Curitiba, Ponta Grossa e Paranaguá, tudo no PR. Interessados, por favor, entrem em contato.