O cubano preso pela morte do americano Brent Sikkema, na zona sul do Rio de Janeiro, disse não se lembrar do que aconteceu, segundo a defesa.
De acordo com os advogados, Alejandro Prevez desconfia que possa ter sido drogado, ao pedir uma bebida, em um restaurante, momentos antes do assassinato.
Inclusive, ele já disse à polícia quem poderia ter sido o responsável por isso.
À RECORD, a advogada Edna de Castro informou que irá solicitar um exame toxicológico e pedir que Alejandro fique isolado numa cela especial.
A equipe que defende o cubano acredita que ele pode ser morto por um possível mandante ou outro suspeito de envolvimento no crime.
Nesta sexta-feira (26), a defesa deve visitar o cliente no presídio e, depois, ir à Delegacia de Homicídios, responsável pela apuração do caso.
Um pedido de habeas corpus deve ser enviado à Justiça ainda nesta semana.
A prisão do cubano
Os investigadores chegaram até o cubano a partir de análise de câmeras de segurança. Segundo a polícia, Alejandro Prevez foi flagrado em um vídeo, em frente à casa da vítima, retirando luvas das mãos.
De acordo com as investigações, o suspeito monitorou o estrangeiro por 14 horas e esperou o melhor momento para invadir a casa de Sikkema.
O laudo pericial indicou que o americano foi ferido com 18 facadas, sendo os golpes concentrados nas regiões do rosto e do tórax.
Ainda segundo a polícia, o suspeito fugiu levando R$ 30 mil e US$ 30 mil, além de objetos de valor que estavam no imóvel.
Ele foi preso, na última quinta (18), em um posto de combustíveis, em Minas Gerais, quando estava em fuga devido à divulgação das imagens.
Vítima e suspeito já se conheciam
Os investigadores foram informados por testemunhas que Brent Sikkema conhecia o assassino. Eles teriam se encontrado, em circunstância ainda não reveladas, em meados de 2023.
A polícia investiga uma possível ligação entre o criminoso e o companheiro da vítima, já que os dois são cubanos.
O que se sabe é que o casal estava em processo de separação e brigava pela guarda do filho na Justiça.
Inicialmente, a Delegacia de Homicídios da Capital considerou a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) para o crime, mas nenhuma linha de investigação foi descartada.
Sikkema morava nos Estados Unidos, mas viajava para o Rio ao menos três vezes por ano. Ele era dono do apartamento no Jardim Botânico havia 10 anos e pensava em se mudar para o Brasil.
Quem é Brent Sikkema?
O americano Brent Sikkema, de 75 anos, morto a facadas dentro de sua residência no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, era sócio de uma importante galeria de arte em Nova York.
Sikkema morava nos Estados Unidos, mas viajava, ao menos três vezes por ano, para o Brasil, durante as festas de fim de ano e o Carnaval.
Segundo a advogada do americano, ele era apaixonado pela arte brasileira e pelo país. Inclusive, tinha a intenção de se mudar para o Brasil.
Foi a advogada e amiga de Sikkema que encontrou o corpo da vítima sobre a cama, no dia seguinte ao assassinato. Ela foi à residência, no Jardim Botânico, por não conseguir contato no dia em que os dois haviam marcado uma reunião.