Em agosto de 2021, o casamento de Mamun correu o mundo, depois de um raio matar 16 pessoas que estavam a caminho da festa, em Shibganj, no Bangladesh. Agora, mais de dois anos depois, o homem falou sobre o fatídico dia.
À BBC, Mamun lembrou que os familiares estavam vestidos com os seus melhores trajes e decidiram pegar uma barco para participar na celebração. No entanto, no percurso, foram surpreendidos por uma forte tempestade.
Os familiares procuraram abrigo numa cobertura metálica junto às margens do rio e aí foram atingidos por um relâmpago.
O homem, na época com 21 anos, preparava-se para o casamento na casa dos sogros e diz ter ouvido um grande estrondo. Minutos depois, soube da tragédia e deslocou-se ao local do acidente.
“Algumas pessoas estavam abraçando os corpos (…) Os feridos choravam de dor… crianças gritavam. Não sabia o que fazer. Não conseguia nem mesmo decidir quem deveria ajudar primeiro”, contou.
Mamun perdeu o pai, os avós, primos, tios e tias. “Quando encontrei o corpo sem vida do meu pai, simplesmente desabei em lágrimas”, lembrou, frisando que ficou “muito chocado”.
O funeral dos familiares de Mamun ocorreu naquela mesma noite e o banquete do casamento foi distribuído para pessoas sem-abrigo.
O homem acabou se casando mais tarde, mas diz que não comemora a data, uma vez que lhe desperta recordações dolorosas. “Depois daquele incidente trágico, tenho mesmo medo de chuva e de trovões”, finalizou.
Agosto é época das monções naquela região asiática. Todos os anos morrem mais de 300 pessoas no Bangladesh atingidas por relâmpagos, segundo dados das Nações Unidas.
O agravamento da poluição atmosférica e o aquecimento global estão contribuindo para o aumento da frequência de relâmpagos no país.
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