Neste domingo, 21, em Roma, depois de rezar o Angelus, o Papa Francisco pediu a libertação dos reféns — incluindo seis freiras — que foram sequestrados enquanto estavam dentro de um ônibus no Haiti, na sexta-feira 19. O Pontífice disse ainda que estava orando pelo restabelecimento da harmonia social no país caribenho.
“Fiquei sabendo com tristeza do sequestro, no Haiti, de um grupo de pessoas, incluindo seis irmãs religiosas. Em meu apelo sincero por sua libertação, rezo pela concórdia social no país e convido todos a pôr fim à violência, que está causando muito sofrimento a essa querida população”.
O sequestro
Na sexta-feira 19, homens armados abordaram o ônibus que transportava as religiosas, e levaram o veículo para um local ainda desconhecido. O bispo local condenou a ação criminosa “que não respeita a dignidade das consagradas”, e, assim como o Papa, pede a imediata libertação de todas as pessoas sequestradas — o bispo chegou a se oferecer como refém no lugar delas.
Porto Príncipe, capital do Haiti e local do sequestro, tem sido assolada por uma onda crescente de violência nos últimos meses. Alguns bairros da cidade chegaram a ficar isolados nos últimos dias.
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Segundo o portal Vatican News, que entrou em contato com testemunhas locais, as seis religiosas da Congregação das Irmãs de Sant’Ana foram sequestradas juntamente com os outros ocupantes do ônibus, incluindo o motorista. A caminho de uma universidade, o veículo foi parado por homens armados que assumiram o controle, levando o ônibus para um local desconhecido.
Violência crescente no Haiti
Desde domingo 14, gangues armadas intensificaram suas atividades ilegais, enquanto diversos protestos contra a violência foram organizados em todo o país. Na quinta-feira 18, o distrito de Solino, no sul da capital, foi palco de intensas trocas de tiros entre gangues rivais. Segundo testemunhas, cerca de vinte pessoas morreram em decorrência dos confrontos.
Ainda na capital Porto Príncipe, outros distritos também foram alvos de ataques de gangues. Pelas ruas da cidade, moradores tiveram de montar barricadas a fim de se proteger dos ataques — o que inclui a possibilidade de balas perdidas.
Os sequestros têm aumentado na capital do Haiti — e nas principais estradas do país. Na semana passada, um médico e um juiz de paz foram sequestrados e, mais tarde, libertados mediante pagamento de resgate.
