SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um alerta, na segunda-feira (29), sobre o aumento da falsificação dos remédios Ozempic e Wegovy, fabricados pela Novo Nordisk. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já reconheceu três lotes falsificados.
O primeiro lote foi identificado em junho de 2023 e o mais recente no último dia 10. Eles são: LP6F832, MP5C960 e MP5A064 -os dois últimos com embalagem em espanhol e concentração de 1 mg, diferente da que consta no medicamento original.
A organização mundial atribui a alta de remédios falsos à escassez global dos produtos injetáveis indicados para o tratamento da diabetes tipo 2 e, às vezes, aprovados para a perda de peso. “A escassez afeta negativamente o acesso a produtos médicos e cria um vácuo que muitas vezes é preenchido por versões falsificadas”, diz a nota.
O desabastecimento ocorre devido à alta demanda do medicamento, conforme a farmacêutica. As “canetas emagrecedoras” viralizaram nas redes sociais como um método efetivo e rápido para a perda de peso.
Nos Estados Unidos, a semaglutida -princípio ativo de Ozempic e Wegovy- está na lista de drogas em falta mantida pela FDA (agência reguladora que corresponde à Anvisa). No Brasil, o Wegovy, prometido para chegar nas farmácias em 2023, ainda não está disponível.
A Novo Nordisk, porém, afirma que Ozempic 0,25 mg e 0,5 mg estão com a disponibilização normalizada no mercado brasileiro desde setembro de 2023. Já a apresentação de 1 mg seguirá com disponibilidade intermitente durante o primeiro semestre de 2024 “devido à demanda maior que a prevista”.
Segundo a OMS, a combinação de escassez do medicamento original e disponibilidade dos falsos pode gerar consequências desproporcionais para pacientes com diabetes tipo 2, uma vez que os falsificados não possuem eficácia e podem causar reações tóxicas. Na Áustria, diversas pessoas foram hospitalizadas após injetarem doses de medicamento enganoso.
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“É imprevisível o que pode acontecer [com a saúde de quem usa medicamentos falsos]”, diz Marcio Mancini, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (Sbem). “Não se sabe a fonte [do remédio], como é manipulado, fabricado, ou quais seus malefícios. Dependendo da prática, pode ter até bactéria”.
Mancini afirma que os pacientes devem ficar atentos aos formatos do medicamento e sempre desconfiar de algo fora do normal, como um preço muito inferior ao de mercado.
Em novembro, a farmacêutica disparou um alerta de golpe aos usuários, informando que seus funcionários “não entram em contato oferecendo promoções diferenciadas” e pedindo que desconfiem de “qualquer mensagem” com este perfil.
A OMS aconselha, no comunicado, os compradores a comprarem seus medicamentos por meio de fornecedores autorizados e regulamentados. As versões falsificadas são mais frequentemente vendidas e distribuídas por meio de pontos de venda não regulamentados, incluindo plataformas de mídia social.
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