Uma nova testemunha, que até então não havia sido citada nas investigações, deverá ser ouvida na terceira audiência de instrução e julgamento da morte do ator Jeff Machado, nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro.
A pessoa foi convocada pela nova defesa de um dos réus, e a juíza autorizou o depoimento para garantir o direito de ampla defesa.
A suposta testemunha ocular teria procurado o advogado de Jeander Vinicius da Silva Braga, nos primeiros dias de 2024. As circunstâncias do que ela teria presenciado não foram divulgadas.
As informações foram confirmadas pelo advogado Jairo Magalhães, que representa a família da vítima e atua como assistente de acusação no processo.
Na sessão de hoje, estão previstos os depoimentos de nove testemunhas de acusação e quatro de defesa, a partir das 13h, na 1ª Vara Criminal da Capital, no centro.
Apesar do grande número de oitivas, a expectativa é que o interrogatório dos dois acusados do crime ocorra logo em seguida.
Investigação
O produtor Bruno de Souza Rodrigues e o garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Braga foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, estelionato e crimes patrimoniais.
Segundo as investigações, Bruno Rodrigues — que se dizia amigo da vítima — drogou e matou Jeff Machado por estrangulamento, com a ajuda de Jeander da Silva Braga, na casa do ator, no Rio, em janeiro de 2023.
Cerca de quatro meses depois, o corpo da vítima foi encontrado em um baú enterrado no piso de um imóvel que havia sido alugado por Bruno, em Guaratiba, na zona oeste da capital.
A polícia concluiu que a motivação do crime teria sido financeira, porque o ator pagou R$ 18 mil a Bruno, que lhe fez uma falsa promessa de ajuda com um papel na TV.
Depoimentos anteriores
O inspetor Igor Rodrigues Bello, que participou das investigações do caso, afirmou que o crime foi premeditado.
Uma das situações que chamaram a atenção da polícia foi uma obra, realizada antes do crime, para levantar o muro da casa onde o corpo do ator foi encontrado.
Além disso, o inspetor citou que, o acusado Bruno procurou uma revendedora de carros para oferecer o carro de um amigo, antes da data da morte.
Após o assassinato, Bruno chegou a voltar com o veículo de Jeff, mas não conseguiu dar continuidade ao negócio por não ter a documentação.
Mãe da vítima, Maria das Dores, que pediu para não falar na presença dos réus, contou que outra pessoa se passou pelo filho, em troca de mensagens, quando ele já estava desaparecido.
Ela também confirmou ter feito transferências de dinheiro para Jeff, que seriam destinadas ao Bruno, visando o suposto trabalho na TV.
Durante a investigação do desaparecimento do ator, Bruno chegou a dizer que Jeff havia conseguido uma chance em São Paulo e havia deixado as chaves do carro e da casa para que fossem vendidos.