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quarta-feira, outubro 23, 2024

No DF, cobertura vacinal contra HPV entre meninas supera a de meninos

A vacinação é o meio mais seguro e eficaz para combater o papiloma vírus humano, conhecido como HPV. A faixa etária entre 9 e 14 anos está entre as mais vulneráveis. No Distrito Federal, contudo, a taxa de cobertura vacinal nesse público está abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 80%. Dados da Secretaria de Saúde (SES-DF) apontam que, nos últimos dez anos, entre 2017 e 2023, 59,4% das meninas receberam a segunda dose do imunizante contra o HPV, enquanto apenas 29.9% dos meninos tomaram a vacina.

O Dia Internacional da Conscientização sobre o HPV, lembrado nesta segunda-feira (4), destaca a importância da prevenção e da detecção precoce do vírus – a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente no mundo. Os tipos 16 e o 18 são responsáveis por 70% dos casos globais de câncer do colo uterino.

Nesse cenário, a gerente da Rede de Frio da SES-DF, Tereza Pereira, reforça que a vacina contra o HPV previne de infecções persistentes e lesões pré-cancerosas causadas pelo vírus dos tipos 6,11,16,18. “O imunizante oferece ainda proteção contra várias formas de câncer, incluindo colo do útero, vulva, vagina, ânus e verrugas genitais [condiloma]”, detalha.

A rede pública de saúde do DF atua conforme as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para imunizar a população. Crianças e pré-adolescentes de 9 a 14 anos seguem o esquema de duas doses e intervalo recomendado de seis meses entre a primeira e a segunda administração da vacina.

A bancária Daniela Pereira, 42, mantém em dia o cartão de vacina da filha, Mariana Pereira, 10, incluindo as duas doses da vacina contra o HPV. “Seguindo o calendário oficial, ela recebeu a primeira dose aos 9 anos”, conta. Ela enfatiza a importância de os pais estarem atentos e levarem suas crianças para serem imunizadas. “Acredito que a vacinação é fundamental, pois é a forma mais simples e segura de proteger nossos filhos contra várias doenças, como o câncer.”

Daniela Pereira levou a filha Mariana Pereira, de 10 anos, para tomar as duas doses da vacina contra o HPV, conforme indica o Programa Nacional de Imunização. Foto: Arquivo pessoal

Público-alvo e alterações

Pessoas de 9 a 45 anos que possuem o vírus da imunodeficiência humana (HIV/Aids), indivíduos transplantados de órgãos ou medula óssea, pacientes oncológicos ou imunossuprimidos também devem ser imunizados contra o HPV. Nesses casos, é necessária a prescrição médica para a aplicação da vacina na rede pública. Para esses grupos, o esquema vacinal será de três doses, e o intervalo mínimo entre a primeira e a segunda é de 60 dias. Já entre a segunda e a terceira dose, é de 180 dias. O imunizante é contraindicado para gestantes e alérgicos aos componentes da vacina.

Em agosto de 2023, as vítimas de violência sexual, com idades entre 9 e 45 anos, que ainda não foram vacinadas, também foram incluídas nas situações especiais. O esquema para esse grupo será de: duas doses para pessoas na faixa etária de 9 a 14 anos, com um intervalo de seis meses entre elas; e três doses para pessoas de 15 a 45 anos, com um intervalo de 60 dias entre a primeira e a segunda dose; e 6 meses entre a segunda e a terceira dose.

Onde tomar a vacina?

Para auxiliar na prevenção, a SES-DF oferece a vacina quadrivalente, que protege contra os vírus dos tipos 6, 11, 16 e 18, para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Basta procurar uma das 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) espalhadas pela capital federal. A lista dos locais de vacina está disponível no site da pasta.

A Secretaria de Saúde oferece a vacina quadrivalente, que protege contra os vírus dos tipos 6, 11, 16 e 18. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Já aqueles que fazem parte do grupo de imunobiológicos especiais são vacinados no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Distrito Federal (CRIE/DF) e no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).

A doença

O HPV é um vírus capaz de infectar tanto a pele quanto a mucosa oral, genital e anal, provocando verrugas ou lesões que podem evoluir para um câncer, como de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe.

A principal forma de transmissão ocorre por meio de relações sexuais, mas também pode haver o contágio sem penetração desprotegida, como explica o ginecologista da SES-DF Farid Buitrago. “O HPV pode ser transmitido no contato direto com a pele infectada, mesmo que não haja penetração sexual. Isso pode incluir tocar as verrugas genitais ou outras áreas infectadas. Além disso, pode ocorrer também durante o parto, quando o bebê entra em contato com o canal de parto infectado”, explica.

O vírus é, segundo o médico, frequentemente assintomático. Isso significa que muitas pessoas infectadas podem não apresentar sinais visíveis da infecção. No entanto, em alguns casos, o HPV pode causar sintomas, como verrugas genitais, lesões precursoras do câncer – especialmente do colo do útero -, infecções respiratórias e na garganta, coceira ou irritação, além de desconforto ou dor associados às verrugas genitais.

Não existe tratamento específico para eliminar completamente o vírus. Porém, muitas vezes, o sistema imunológico consegue combater a infecção naturalmente ao longo do tempo. Portanto, o tratamento indicado visa, principalmente, controlar os sintomas e, em alguns casos, monitorar e tratar lesões precoces associadas ao risco de câncer. Dentre as formas mais comuns estão a remoção de verrugas, medicamentos tópicos e terapia a laser.

 

*Fonte: Secretaria de Saúde do DF

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