Kingsley Ben-Adir anda com a agenda cheia nos últimos meses. O ator britânico engatou projetos atrás de projetos em Hollywood e seu rosto estampa diversos pôsteres. De Ken, no live-action de Barbie, a vilão principal, na série Invasão Secreta da Marvel Studios, o ano de 2023 foi agitado para o astro. Mas, para ele, nada se compara com trabalho que teve para interpretar Bob Marley na nova cinebiografia do ícone do reggae.
Bob Marley – One Love chegou aos cinemas na última segunda-feira, dia 12, e o ESTRELANDO, é claro, já conferiu o longa e, de quebra, participou da coletiva de imprensa preparada pela Paramount Pictures, com um seleto grupo de jornalistas, para conversar com o intérprete do músico.
Logo de cara, Kingsley entregou quais foram os maiores desafios de viver Marley nas telonas:
– O processo de entender quem Bob era em seus momentos mais vulneráveis. Em particular, quem ele era com sua família e fora do palco. Queria fugir da pessoa pública ou da ideia do Bob que tantas pessoas já têm. Conversei bastante com sua família, seus amigos que o conheciam há 14 anos. Foi realmente uma conversa que tive que ouvir mais do que nunca, porque eu não teria sido capaz de descobrir quem ele era sem o apoio da família. Encontrar a vulnerabilidade do Bob é realmente muito específico. Para descobrir as novas vulnerabilidades foram necessárias muitas conversas no set de filmagens com Ziggy [filho do cantor]. Então, eu diria que tentar encontrar o verdadeiro espírito de Bob e sua vulnerabilidade foi um desafio, mas tive o apoio de muitas pessoas que o amam.
O ator afirmou que Marley tinha um jeito único de se apresentar no palco e que foi quase impossível copiar seus trejeitos.
– Bob era músico e artista. Isso é algo novo para mim que sou ator. Eu já havia interpretado Malcolm X antes, mas acho que o que havia de diferente em Bob era a música e a cultura. Bob Marley é único, né. O aspecto musical me desafiou muito. Porque você realmente não consegue copiá-lo. Bob é tão espontâneo! Quando ele dança e canta parece que algo especial está acontecendo. Foi desafiador, como ator, tentar entender o significado de acordar de manhã e ir escrever músicas, ter sua vida girando em torno disso. Precisei entender o que isso significa. O que significa escrever uma música? O que significa se expressar através de melodia e letras? Tudo era completamente novo para mim.
Para representar o músico fielmente nas telonas, Kingsley precisou da ajuda de Ziggy Marley, o filho do ícone.
– Nas cenas de performances acústicas, Ziggy [filho de Bob Marley] estava lá e precisou ir me orientando. Lembro-me do dia em que estávamos fazendo a cena na sala com Lashana Lynch e se ele não estivesse lá para me dizer: Diminua, você está exagerando. Está muito exagerado. Eu nunca saberia como fazer aquilo. Foi desafiador, mas lindo. Eu adorava tocar violão. […] A cada experiência de atuação, você espera que cresça de alguma forma algo dentro de você. Aprender algo novo sobre o ofício ou sobre você mesmo. Espera-se que a cada experiência você seja um pouco melhor.
E não pense que ele celebrou quando descobriu que seria o protagonista da cinebiografia, viu! Kingsley ficou ansioso e sentiu que era uma grande responsabilidade calçar os sapatos do ícone do reggae.
– Quando descobri que iria interpretá-lo, juro por Deus, senti que tinha muito trabalho a fazer [risos]. Entrei em um estado de espírito em que não houve sentimento de celebração. É uma grande responsabilidade. Eu estava trabalhando na época e comecei a me sentir muito ansioso para terminar o trabalho porque havia tanta coisa que eu estava prestes a fazer para entender a mente de Bob Marley.