Depois de passar um ano e meio na lista de espera para realizar uma cirurgia de emergência no coração, uma idosa de 61 anos morreu, em São Luís, no Maranhão. A Secretaria de Saúde do Estado descumpriu oito mandados judiciais que obrigavam a pasta a realizar o procedimento. A paciente estava internada, desde dezembro, no Hospital Dr. Carlos Macieira, e faleceu na última sexta-feira, 5.
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Maria Ferreira, que sofria de cardiopatia, se submeteu a uma cirurgia cardíaca em 2012. Por recomendação médica, o procedimento precisaria ser refeito dez anos depois, em 2022.
Por meio de uma liminar, a Justiça determinou a hospitalização da idosa em uma unidade de saúde estadual de São Luís, onde ela aguardaria a nova cirurgia. Debilitada, a paciente acabou morrendo.
“Nós temos documentos que comprovam que ela teria condições de fazer essa cirurgia, logo que ela chegou no Hospital HCI”, disse Keyla Azevedo, sobrinha de Maria, em entrevista à TV Record. “Em nenhum momento, o estado do Maranhão respondeu às decisões que o juiz deferiu a favor da paciente”.
Lista de espera
Em comunicado, a Secretaria de Saúde do Estadual do Maranhão informou que “todos os pacientes que necessitam de cirurgia cardíaca encontram-se na fila nacional com classificação de risco, de conhecimento público”.
Para a sobrinha da vítima, “o estado está ferindo a Constituição Federal”. “O seu artigo 196 diz que a saúde é um bem de todos, é um dever do estado”, recorda Keyla Azevedo.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), compõe a base eleitoral do recém-empossado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. O político foi governador do Maranhão pelo PCdoB por dois mandatos consecutivos, de 2015 a 2022.