Uma recente pesquisa liderada pela pós-doutoranda Tara Hayden, da Universidade de Western Ontário, no Canadá, trouxe revelações inéditas sobre a evidência de água na Lua.
Contrariando conhecimentos anteriores, o estudo, publicado na revista Nature Astronomy, aponta que a crosta lunar inicial, com mais de 4 bilhões de anos, era cheia de água.
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Estudo indica que havia água na Lua há 4 bilhões de anos – Imagem: Bruno Scramgnon/Pexels/Reprodução
Tara Hayden, cosmoquímica e geóloga planetária, liderou a equipe que analisou um meteorito lunar, identificado como Península Arábica 007, revelando pistas cruciais sobre a composição da Lua há bilhões de anos.
A pesquisa utilizou um meteorito lunar, inicialmente classificado por Hayden durante seu doutorado na The Open University, no Reino Unido.
A análise revelou a presença do mineral apatita, conhecido por conter elementos voláteis, em uma amostra da crosta lunar primitiva.
Tal descoberta desafia as conclusões anteriores sobre a Lua, considerada totalmente seca com base nas amostras das missões Apollo.
Hayden falou sobre sua sorte por analisar um meteorito tão relevante, pois ele apresentou uma química essencial para a compreensão dos minerais portadores de água na Lua.
A identificação da apatita, presente em todos os tipos de rochas lunares, exceto nas contas de vidro e anortositos ferroanos, representativos da crosta lunar inicial, permitiu pela primeira vez uma investigação direta dessa fase desconhecida da evolução lunar.
Desconstruindo mitos sobre o satélite natural
Ao desafiar a ideia anterior de uma Lua seca, a presença de apatita nas amostras aponta para uma composição variada da superfície lunar em diferentes regiões. Isso sugere que cada área do satélite pode contar a própria história.
O estudo mostra a necessidade de uma abordagem mais abrangente na exploração lunar para compreender melhor essas variações regionais.
Apesar das descobertas, os pesquisadores reconhecem que há um longo caminho a percorrer para entender completamente a presença de água na Lua.
Hayden expressa seu ânimo pelo próximo estágio da exploração lunar, destacando o potencial para aprender mais sobre o outro lado do astro.