Pesquisa publicada em revista científica mostra que diabéticos têm maior índice de hospitalização ao contrair dengue
Um estudo publicado nesta semana na Elsevier, editorial holandesa especializada em conteúdo científico, mostrou que pessoas com diabetes correm maior risco de contrair dengue grave do que não diabéticos.
A pesquisa avaliou um total de 936 pacientes com dengue. Destes, 184 eram diabéticos e 752 não diabéticos. Do total de pessoas com diabetes que contraíram dengue, 63% tiveram de ser hospitalizadas. Já entre os não diabéticos, foram hospitalizados 38% pacientes com dengue.
Como o organismo reage
Conforme o doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani, o diabetes aumenta o risco de complicações em qualquer infecção, e com a dengue não é diferente.
“Porém, temos estudos que mostram que pacientes com quadros de diabetes controlados tendem a ter muito menos complicações”, assinala.
De acordo com o médico, a dengue provoca o aumento do cortisol no organismo. Este hormônio, por sua vez, estimula maior produção de glicose, para garantir que o corpo tenha energia suficiente para reagir a eventos de estresse.
“Então, quando o paciente contrai dengue, ele pode ter hiperglicemia. No caso do diabético, a glicose fica totalmente descontrolada”, explica.
“Portanto, para reequilibrar as taxas dem casos de dengue, tanto diabéticos como não diabéticos devem dar atenção a uma dieta equilibrada, seguindo as orientações médicas”,
destaca Flavio Cadegiani.
Explosão de casos de dengue no Brasil
O Brasil vive uma escalada histórica de casos de dengue. Já são mais de 653 mil casos prováveis da doença no país desde o começo de 2024.
De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, desde 1o de janeiro, 113 pessoas morreram em todo o país em decorrência de infecção por dengue. Há ainda 438 mortes em investigação.