Foi um dos jogos mais marcantes da história de Costa do Marfim. Foi uma noite mágica em Bouaké. Com direito a todos os elementos que tornam o futebol apaixonante. Empurrado por uma multidão de torcedores, que foram, mais do que nunca, o décimo segundo jogador, o Elefante Marfinense derrubou Mali, por 2 a 1, para seguir sonhando na Copa Africana das Nações.
Com uma vitória épica, no último lance da prorrogação, a Costa do Marfim se garantiu nas semifinais do torneio, e agora terá pela frente o Congo, que eliminou Guiné.
Mali perde chance de sair na frente
O jogo começou com 20 minutos de tirar o fôlego. Além da atmosfera incrível proporcionada pelos torcedores locais, o duelo apresentou momentos de muita tensão. Com uma presença constante do VAR.
Aos oito minutos, após cobrança de escanteio na área, Mali reclamou mão na área. O VAR demorou a dar a decisão. Passaram mais de cinco minutos. Até que o apitador sinalizou impedimento na construção da jogada. Nada de pênalti.
Minutos depois, nova reclamação de pênalti, com Kossounou errando o bote em Sinayoko. Dessa vez, a arbitragem marcou o óbvio. Só que na cobrança, Adama Traoré parou em Fofana.
Apesar da chance desperdiçada, a seleção de Mali foi infinitamente superior no primeiro tempo. A Costa do Marfim, mais uma vez, foi um deserto de ideias, e criou apenas através da bola parada. Mas sem colocar, de fato, o goleiro Diarra para trabalhar.
Da fraca atuação marfinense, cabe um destaque para Odilon Kossounou. Além de ter cometido o pênalti, o zagueiro foi expulso já perto do intervalo, recebendo o segundo amarelo. Se já estava difícil no 11 contra 11…
Torcida segura o muro marfinense
A Costa do Marfim voltou para o segundo tempo sem os amarelados Kouame e Aurier, para não correr risco de mais expulsões. Atuava em um 5-3-1, bem recuada, enquanto Mali continuava a pressionar.
A torcida marfinense parecia estar atrás de um forte muro defensivo no segundo tempo. Mali não conseguia furar o bloqueio, apesar do homem a mais em campo que tinha. Apesar de ficar com a bola no campo de ataque.
O muro desabou aos 25 minutos. Dorgeles Nene, na verdade, o derrubou com um míssil. O atacante recebeu bola na canhota, cortou para o meio e soltou um petardo de fora da área. Bola indefensável que derrubou o ânimo dos locais.
Os Elefantes pareciam derrubados. Só que Adingra saiu do banco para buscar uma improvável reação já perto do fim. O atacante fez jogada da direita para o meio e ajeitou para Fofana, que teve chute desviado. Só que a sobra ficou com Adingra, que deixou tudo igual e fez o estádio acordar novamente.
Final dos sonhos marfinenses
A força com que reagiu no final do jogo foi a mesma com que voltou a se fechar na prorrogação. A Costa do Marfim estava a mais de uma hora jogando em desvantagem numérica em campo.
Mali mostrou muita imprecisão para definir os lances, com tomadas de decisão equivocadas. Fofana cresceu nos escanteios, rechaçando a maioria dos cruzamentos dos rivais. Boubacar Traoré e Nene, um em cada tempo, tentaram de fora da área. Também sem sucesso.
A decisão foi no último lance. No último chute. A torcida cresceu novamente. O estádio cresceu. Falou. Vibrou. Até chorou. Mas de alegria. Fofana tentou arremate de fora após corte errado da defesa, o jovem Diakité desviou de letra na área e marcou o gol de sua vida. O gol que colocou os Elefantes nas semifinais. Festa em Bouaké.