O dólar se fortaleceu ante rivais nesta segunda-feira, 15, em sessão de liquidez reduzida por conta de feriado nos EUA, que manteve os mercados locais fechais. Sinais de enfraquecimento da economia europeia impuseram algum pressão sobre o euro, embora dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) insistam que ainda é cedo para discutir cortes de juros.
Por volta das 18h (de Brasília), o índice DXY, que mede a divisa dos EUA ante seis rivais fortes, avançava 0,18%, a 102,586 pontos. No mesmo horário, a libra caía a US$ 1,2729 e o dólar subia a 145,80 ienes.
Sem a referência dos negócios americanos, investidores adotaram uma postura defensiva no exterior, diante de contínuos ataques a alvos houthis no Iêmen, que ampliam as tensões geopolíticas. O cenário favoreceu a demanda pela segurança da moeda norte-americana.
No horário citado acima, o euro aparecia estável em US$ 1,0952. Pela manhã, a agência oficial de estatísticas da Alemanha informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu 0,3% em 2023, conforme pesquisa preliminar. Já a produção industrial da zona do euro caiu em linha com o previsto em novembro.
Apesar disso, o estrategista Kit Juckes, do Societe Generale Research, acredita que os riscos de recessão na zona do euro já estão precificados no câmbio, o que dificulta um direcionamento para a divisa comum europeia.
No radar também, o dirigente do BCE e presidente do BC alemão, Joachim Nagel, disse hoje que a instituição deve discutir cortes de juros apenas no verão europeu, que começa em meados de junho. Mais cauteloso, o também dirigente Robert Holzmann alertou que o afrouxamento monetário pode nem vir este ano.
Para o ING, o dólar deve oscilar sem muito ímpeto ao longo desta semana, que será marcada por dados de indústria e varejo nos EUA O banco prevê que os indicadores serão insuficientes para induzir uma recuperação sustentada da moeda americana, uma vez que investidores parecem estar dispostos a vender o dólar.
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Assim, o ING espera que outros eventos tenham maior influência nas negociações cambiais, entre eles o crescimento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. “Acreditamos que o dólar corre mais risco de uma recuperação do que de uma correção adicional desses níveis, embora as chances de outra semana de oscilação limitada no câmbio (com DXY ainda pairando na região de 102/103 pontos) sejam altas”, diz.
Estadão Conteúdo