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segunda-feira, novembro 25, 2024

Dicionário cínico de escritores

Depois do sucesso do “Dicionário Cínico das Palavras da Moda”, que virou livro, a Revista Bula segue em seu projeto de dominação mundial e reformatação do imaginário cultural do Ocidente com esse filho bastardo: o “Dicionário Cínico de Escritores”. O objetivo é estabelecer definições definitivas e sem censura sobre os mais importantes, e outros nem tanto, escritores de hoje, de ontem e alguns de amanhã. Nada de datas de nascimento, onde morreu, o que escreveu ou coisas do tipo. Para isso existe a Wikipédia e o Doutor Google. Nosso objetivo é colocar o elefante na sala, gritar o que está nas entrelinhas biográficas, colocar o dedo na ferida e soprar pimenta no olho. Sem perder a ternura jamais, claro. Nem o humor. Obviamente, para entender a piada é recomendável que se tenha o mínimo de conhecimento acerca da “biografia oficial” dos personagens de nossos verbetes. Aguardem para breve os primeiros volumes do “Dicionário Cínico dos Cineastas e Atores”, “Dicionário Cínico dos Músicos”, “Dicionário Cínico dos Pintores, Escultores e Artistas Conceituais”. Esse é apenas o começo de uma saga potencialmente infinita.

Bruno Tolentino: Forrest Gump da literatura.

Caio Fernando Abreu: 1. Um daqueles dois. 2. Sparring de Adélia Prado. 3. Autor das frases de internet que não são assinadas por Clarice Lispector.

Cecília Meireles: Poetisa, não. Poeta. 

Chico Buarque: Clóvis Bornay do Prêmio Jabuti.

Clarice Lispector: 1. Autora de romances, contos e qualquer frase de autoria duvidosa da internet. 2. Propaganda pró-tabagismo encarnada. 

Elena Ferrante: Mulher invisível.

Gabriel García Márquez: 1. Amigo do Fidel. 2. Autor que quando recebe um soco o agressor pode não saber o motivo de estar batendo, mas o agredido sabe o motivo de estar apanhando. 3. Crônica de um Nobel anunciado.

Herman Melville: 1. Um elefante (ou baleia) branco (a) da literatura. 2. Prefiro não comentar.

Jack London: Autor de ”Caninos Brancos”, versão sem censura de ”Marley e Eu”.

João Ubaldo Ribeiro: 1. Invenção de Glauber Rocha. 2. Estrela convidada do Casseta e Planeta Urgente. 3. Sommelier de redes. 4. Último escritor reconhecível eleito pela Academia Brasileira de Letras.

John dos Passos: Novo garoto do quarteirão da literatura.

Jorge Amado: 1. Eri Johnson da literatura. 2. Prova de que quantidade pode, eventualmente, gerar qualidade. 3. Autor de guias turísticos da Bahia altamente reconhecidos no exterior. 

Jorge Luis Borges: 1. Visionário que viu o Aleph. 2. Atirador de facas que domava tigres dentro de labirintos com paredes espelhadas. 3. Apreciador de brigas de galo.

José Saramago: 1. Evangelista apócrifo. 2. Prova de que não precisa saber dirigir para ser mecânico. 

Juan Rulfo: Penélope da literatura.

Lampedusa: Sensível nobre italiano, autor de um único livro: “O Leopardo”. Por esse motivo é frequentemente confundido com a escritora ítalo-brasileira Marina Colasanti, autora de “O Leopardo é um Animal Delicado”.

Mario Vargas Llosa: 1. Boxeador amador. 2. Sobrinho da Júlia. 3. Escritor que mais lamentava não ter sido laureado com o Prêmio Nobel de literatura entre 1982 e 2009.

Moisés: 1. Ghost-writer de Jeová. 2. Autor de autobiografia profética em que descreve o que acontece antes, durante e depois de sua morte.

Paulo Coelho: 1. Indivíduo responsável por devolver à palavra literatura seu sentido filológico original: coisas feitas com letras. 2. Alquimista que transformou chumbo em ouro.

Primo Levi: É isto um escritor?

William Carlos Williams: Editor da Revista Bula ao quadrado.  

William Shakespeare: 1. Pai de Hamlet na vida privada. 2. Fantasma do pai de Hamlet na vida profissional. 

Fonte: R7 – Cinema

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