Apontado como o assassino do galerista americano Brent Sikkema, o cubano Alejandro Prevez deve prestar um novo depoimento, nesta terça-feira (30), às 10h, no Rio de Janeiro.
O procedimento está previsto para ocorrer em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona oeste, onde o suspeito está preso temporariamente por decisão da Justiça.
Segundo a defesa, Alejandro quer colaborar com as investigações da Divisão de Homicídios da Capital e tem informações relevantes para repassar à polícia.
Até semana passada, o suspeito negava qualquer envolvimento. Inclusive, chegou a dizer que não se lembrava de nada e desconfiava que havia sido drogado no dia do assassinato.
No entanto, o advogado do cubano, Greg Andrade, revelou, na última sexta-feira (26), que procurou a polícia porque o cliente tinha a intenção de apresentar uma versão para o caso.
A defesa do cubano evitou falar em confissão, mas deu a entender que o crime teria um suposto mandante.
O que se sabe é que a vítima e o suspeito se conheciam. Os representantes de Alejandro confirmaram que houve uma relação profissional entre os dois.
A prisão do cubano
Os investigadores chegaram até o cubano a partir de análise de câmeras de segurança. Segundo a polícia, Alejandro Prevez foi flagrado em um vídeo, em frente à casa da vítima, retirando luvas das mãos.
De acordo com as investigações, o suspeito monitorou o estrangeiro por 14 horas e esperou o melhor momento para invadir a casa de Sikkema.
O laudo pericial indicou que o americano foi ferido com 18 facadas, sendo os golpes concentrados nas regiões do rosto e do tórax.
Ainda segundo a polícia, o suspeito fugiu levando R$ 30 mil e US$ 30 mil, além de objetos de valor que estavam no imóvel.
Ele foi preso no último dia 18 em um posto de combustíveis, em Minas Gerais, quando estava em fuga devido à divulgação das imagens.
Investigação
Os investigadores foram informados por testemunhas que Brent Sikkema conhecia o suspeito. Eles teriam se encontrado, em circunstância ainda não reveladas, em meados de 2023.
A polícia investiga uma possível ligação entre o preso e o companheiro da vítima, já que os dois são cubanos.
O que se sabe é que o casal estava em processo de separação e brigava pela guarda do filho na Justiça.
Inicialmente, a Delegacia de Homicídios da Capital considerou a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) para o crime, mas nenhuma linha de investigação foi descartada.
Quem é Brent Sikkema?
O americano Brent Sikkema, de 75 anos, morto a facadas dentro de sua residência no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, era sócio de uma importante galeria de arte em Nova York.
Sikkema morava nos Estados Unidos, mas viajava, ao menos três vezes por ano, para o Brasil, durante as festas de fim de ano e o Carnaval.
Segundo a advogada do americano, ele era apaixonado pela arte brasileira e pelo país. Inclusive, tinha a intenção de se mudar para o Brasil.
Foi a advogada e amiga de Sikkema que encontrou o corpo da vítima sobre a cama, no dia seguinte ao assassinato.
Ela foi à residência, no Jardim Botânico, por não conseguir contato no dia em que os dois tinham uma reunião marcada.
*Sob supervisão de Bruna Oliveira