Pela primeira vez na história que o evento ocorre na América Latina e no Hemisfério Sul
Jovens de 39 países se reunirão em Brasília, de hoje (24) a 31 de julho, na Universidade de Brasília (UnB), para participar da 21ª Olimpíada Internacional de Linguística (IOL, na sigla internacional do evento). Ao todo, 53 delegações estão participando do evento que além da etapa competitiva contará com eventos paralelos e um encontro destes jovens com lideranças indígenas. A 21ª IOL é uma realização da Vertere e da Associação Brasileira de Linguísticas.
O evento aborda três grandes dimensões que norteiam a IOL, o encontro de estudantes de todo o mundo, o impacto na educação local e o estímulo as políticas públicas relacionadas à linguística. Para isso, além da competição que ocorrerá na Universidade de Brasília (UnB), os alunos farão visitas a locais turísticos e ecoturísticos da região, promoverão oficinas para os professores do Distrito Federal e encontros com autoridades, entre elas, autoridades indígenas.
A Olimpíada Internacional de Linguística avalia a capacidade de compreensão dos estudantes de como funcionam os padrões de uma língua desconhecida. O teste é feito no idioma que o concorrente escolher, mas o desafio é em um idioma diverso do seu.
“É dado ao estudante uma questão-problema em uma língua desconhecida e são oferecidos elementos no texto do exercício que permitem compreender o texto. O participante deve ser capaz de interpretar o texto e resolver a atividade proposta a partir dos elementos apresentados”, explica Bruno L’Astorina, coordenador da Vertere responsável pela IOL.
Estão concorrendo 53 delegações e cada delegação é formada por quatro estudantes e um professor responsável pela equipe.
“É uma integração importante entre estudantes de todo o mundo. Há estudantes da Alemanha e do Nepal, com idiomas e culturas diferentes, convivendo por uma semana de maneira integrada, com atividades conjuntas em muitos momentos. Esse é um dos princípios norteadores das Olimpíadas do Conhecimento em geral e especialmente a da Olimpíada Internacional de Linguística”, conta L’Astorina.
Para o presidente da Vertere, Gustavo Wigman, as Olimpíadas de Conhecimento surgem no século 19 e, para todo o mundo é um importante espaço de seleção da elite intelectual acadêmica e para o mercado. No Brasil não. Ela é uma oportunidade de levar a ciência para dentro da escola.
“Em todo o mundo as Olimpíadas de Conhecimento são uma importante política de estímulo à educação e sempre buscou promover a aproximação entre o conhecimento acadêmico à demanda do mercado. Os alunos são submetidos a problemas práticos, que podem soluções objetivas, assim, são estimulados a ter autonomia formativa”, explica Wigman.
Outro eixo importante para a IOL é a qualificação da educação local. Para isso, a organização do evento promoverá um curso de capacitação para professores brasileiros.
O curso tem objetivo de capacitar os professores na pedagogia dos problemas, que busca desenvolver três habilidades nos estudantes, o interesse, a autonomia e a cooperação. “Esses são valores que norteiam todas as olimpíadas. Os alunos se inscrevem sozinhos ou são inscritos pelos professores, mas a primeira fase é uma fase online, em que ele resolve os problemas sozinhos. Depois, na segunda fase há um encontro, quase sempre presencial, em que, novamente, individualmente, eles são confrontados com novos problemas. A terceira etapa, que classifica para a etapa internacional que ocorre agora, é presencial e em grupo e aí o trabalho cooperativo é fundamental”, conta L’Astorina.
O encontro é uma coordenação conjunta do Instituto Vertere, Universidade de Brasília, e Associação Brasileira de Linguística. Conta com o patrocínio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o apoio do Ministério dos Povos Indígenas e da Secretaria de Relações Internacionais e da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
Para o secretário de Relações Internacionais do DF, Paco Britto, o encontro promove o intercâmbio entre as mais diversas culturas. “Brasília é uma capital cosmopolita e receber um evento como este é de extrema relevância”, destacou. “Além de termos a oportunidade de receber e mostrar a cidade para os mais diversos estudantes do mundo todo, Brasília ganha espaço para demonstrar seu potencial, uma educação de excelência de colocar em prática uma de suas grandes vocações: a de ser a capital de todos”, completou. Para Paco, a IOL é uma grande chance para estudantes dos mais diversos países se conectarem em um encontro que vai além da disputa: “É o mundo se integrando aqui”, concluiu.
O Brasil é o país com mais participantes de olimpíadas do conhecimento do mundo, com três vezes mais participantes que o segundo colocado. Nesta edição da IOL duas equipes estão concorrendo, que é o máximo de delegações que cada país pode inscrever.
A 21ª Olimpíada Internacional de Linguística ocorre do dia 23 a 31 de julho, na UnB. A abertura ocorrerá na Associação dos Docentes da UnB, com a participação de todas as delegações e autoridades.
Serviço:
21ª Olimpíada Internacional de Linguística
24 a 31 de julho, na UnB.
Cerimônia de abertura:
24/7 – 19h na Associação dos Docentes da UnB (ADUnB)
Para programação completa: https://iol2024.org/when/