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quinta-feira, dezembro 26, 2024

CEO do Figueirense avalia 1º mês no clube, cita salários em dia e ações para atrair o torcedor

“Garantir fluxo de caixa”. Essa foi uma das frases mais ditas por Enrico Ambrogini, CEO do Figueirense Saf, ao avaliar o primeiro mês de trabalho no clube em entrevista ao ND Mais.

Enrico Ambrogini, CEO do Figueirense SAFEnrico Ambrogini, CEO do Figueirense SAF – Foto: Leo Munhoz/ND

Ao lado de Marco Aurélio Cunha, o profissional foi apresentado oficialmente no dia 8 de dezembro com a promessa de o torcedor alvinegro passar a viver dias melhores.

Ao ND Mais, Ambrogini garantiu que, assim como foi prometido na apresentação, os salários de todos os funcionários do clube, incluindo o departamento de futebol profissional e base, estão todos em dia.

“Todos os salários estão em dia. Inclusive o que ficou para trás de novembro e outubro foi tudo pago”, afirmou o dirigente.

Além disso, na entrevista o profissional também citou uma série de ações que o clube irá fazer na temporada para trazer o torcedor para perto do estádio Orlando Scarpelli.

Ações como “chopp em dobro”, além de abrir o estádio mais cedo nos dias das partidas serão um ponto de partida. A estreia em casa será nesta quarta-feira (24) diante do Joinville pela segunda rodada do Campeonato Catarinense.

Confira a entrevista com Enrico Ambrogini, CEO do Figueirense, na íntegra:

ND Mais: Qual a avaliação deste primeiro mês no clube?

Enrico Ambrogini: o primeiro passo foi entender a situação do clube, mais financeiramente mesmo, para saber quais as dívidas que precisávamos quitar e o que a gente conseguia, com a ajuda de parceiros, passar mais para frente. Objetivo é tentar acertar bem o fluxo de caixa para entender quais investimentos conseguimos garantir, além, óbvio de ter certeza absoluta que o principal produto é o futebol para alcançarmos nossas metas.

Quais foram as principais medidas emergenciais neste primeiro momento?

A questão principal foi garantir fluxo de caixa. Minha promessa na apresentação era de pagamento em dia. Obviamente que com o aporte que a gente teve, que ainda é uma dívida que estamos contraindo junto com a Clave, mas a promessa de ter pagamento em dia é o que teremos certeza neste ano. Para garantir isso eu preciso corrigir o fluxo de caixa, ter certeza absoluta que terei dinheiro para honrar minha promessa.

Profissional citou as principais medidas tomadas pela nova administração – Foto: Leo Munhoz/NDProfissional citou as principais medidas tomadas pela nova administração – Foto: Leo Munhoz/ND

Salários dos funcionários do clube (departamento de futebol, base e administrativo) estão em dia?

Todos os salários estão em dia. Inclusive o que ficou para trás de novembro e outubro foi tudo pago. Está tudo correndo super bem, obviamente que agora preciso colocar em dia as rescisões antigas, dívidas que não aparecem porque não é dívida judicial, fico repetindo a palavra: precisamos de fôlego porque todo dia aparece algo novo.

Quais as ações para atrair o torcedor aos jogos durante o Campeonato Catarinense?

Queremos trazer o torcedor de volta ao Scarpelli para que ele se sinta em casa. Entendemos o afastamento nos últimos anos, não é um futebol interessante mesmo, temos que assumir que uma Série C não era algo bom de assistir. O objetivo é falar ao torcedor: “volte para a sua casa, para o seu ambiente, que vamos te dar mais coisas, momentos interessantes”. Seja com uma cerveja mais barata, diversão, música, é o que queremos trazer. Objetivo é ter uma experiência além do futebol, como o chopp em dobro, o associado do Figueirense terá dois pelo preço de um, isso estimula que ele não compre do lado de fora do estádio. Vamos abrir o estádio mais cedo, entendemos que não é um custo extra e sim um investimento para o Scarpelli ter cara de casa.

Haverá alguma mudança no plano de sócios?

Temos uma ideia, não temos a força do investimento agora e precisamos de parceiros. De repente pensar em um setor novo, um setor mais “premium” acho que é uma demanda interessante, modernizar o setor de camaratores incluindo esse setor premium, podendo ter um bom retorno para este público. Hoje são dois públicos bem distintos: tem o pessoal que quer ficar tranquilo na cadeira coberta e tem o pessoal que é mais raiz, que quer fazer festa. Mas também tem um pessoal no meio que quer algo mais premium, às vezes quer comer e beber melhor, tem essa demanda e vamos apostar um pouco nela. Não vamos mexer nos preços, estratégia é manter o preço dos ingressos. O que vamos fazer é categorizar melhor os jogos, quais são mais interessantes, com maior demanda. Jogos menores, com pouca demanda, teremos que diminuir o preço.

Qual o número de sócios almejado pelo clube?

Vendo o que o clube já bateu em números em outras épocas de Série A, acredito que 13, 14 mil. Esse é meu desejo e minha missão. Como estamos na Série C, vou dar um “desconto” e trabalhar com 10 mil sócios. Acho que é uma capacidade legal, é mais da metade do estádio. É uma intenção minha escutar o que o torcedor quer. É preciso ter uma relação clara e transparente.

Objetivo do clube é chegar a casa de ao menos 10 mil sócios – Foto: Leo Munhoz/NDObjetivo do clube é chegar a casa de ao menos 10 mil sócios – Foto: Leo Munhoz/ND

Vai haver reciprocidade no valor dos ingressos para clubes que cobrarem muito mais caro?

Não é a política desta gestão. Vamos aplicar os nossos preços e não fazer nenhuma distinção. Não é porque há falta de respeito com você que você reage com falta de respeito. Vamos manter a nossa ética, isso não passa pela nossa cabeça.

Como recuperar a credibilidade do nome Figueirense no mercado?

Todo mundo que eu abordo nunca é uma abordagem do zero. Essa primeira quebra facilita pelo meu nome, nome do Marco Aurélio Cunha, pelo fundo [Clave] que tem por trás que é extremamente sério. Facilita até um ponto, mas o nome do Figueirense continua. O cara que sofreu e não teve pagamento honrado pelo clube, a primeira abordagem já é negativa. Está sendo a grande dificuldade, recuperar a credibilidade é o ponto. A gente sabe que o retorno no final das contas o torcedor quer ver dentro de campo. Todo começo de reestruturação é difícil e doloroso.

Quais os objetivos dentro de campo em 2024?

Não posso falar nada menos com o peso da camisa do Figueirense. Precisamos chegar na final do Catarinense, super difícil, até pelo nível de competição. Tem ao menos quatro clubes com investimentos pesados. Na Série C precisamos montar um time para subir. O Figueirense não pode ficar na Série C. Essas são as metas, vamos fazer de tudo para conseguir.

Buscar apoio do empresariado local pode ser um caminho?

Santa Catarina é um estado rico, com empresários bem-sucedidos. Primeiro você precisa entender o que o empresário quer para você ir lá e oferecer algo para ele. Hoje o Figueirense não consegue oferecer visibilidade por estar em uma Série C. O que vai ser importante para o empresário para ele estar conosco agora? A credibilidade é algo importante. Mas quando você está fragilizado, você está fazendo uma aposta porque sabe o tamanho da instituição que está do lado. Então acho que é isso que o empresariado quer ver. É como comprar uma ação na baixa. Tem um pouco de risco envolvido, mas se der certo vai dar muito certo.

Mercado da bola inflacionado é um problema?

Isso cria uma espécie de bolha. Porque você tem uma injeção de dinheiro e não tem muito fair play. Isso está acontecendo não só aqui em Santa Catarina mas em todos os Estados. Está aumentando muito o preço do futebol. O desejo da Liga Forte União é criar um fair play financeiro, que você possa gastar dentro de um teto, como é nas principais ligas do planeta.

Estádio Orlando Scarpelli pode passa por melhoras estruturais?

Temos que garantir que vamos fazer o que tem hoje com excelência, a parte de camarotes já estamos pensando em algo melhor. Também melhorar a parte interna com os bares para que a experiência do torcedor seja boa. E depois vamos pensar para onde podemos evoluir. Eu queria pelo menos ter a garantia que vamos fazer o básico com excelência para depois pensar o que podemos reformar.

E o centro de treinamentos, passará por mudanças?

O CT vai precisar passar por algumas mudanças sim, especialmente de gramado acredito. Não tem um sistema de irrigação lá nos campos. É algo que tem que ser feito para garantir que o campo não seja duro. É um CT que foi feito com base de argila, quando faz muito calor a argila seca e fica dura. Tem que fazer um pouco mais de cobertura de areia, por mais água. Mas não tem como fazer isso agora durante a temporada. Será algo para novembro e dezembro.

Quais as situações de Bassani e Oberdan?

A ideia é que o Figueirense receba uma compensação financeira por eles. Só gosto de falar de valores quando estiver tudo concretizado. Tem várias dívidas envolvidas, então ainda não sabemos quanto vamos receber. A tendência é que seja feita a negociação. O Figueirense não conta com os dois para a temporada.

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Fonte: R7 – Cidades

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