O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 12, os dados referentes ao Censo Demográfico 2022: Características dos Domicílios, resultados preliminares da amostra”, no Instituto Jones dos Santos Neves, em Vitória (ES). O evento contou com a presença dos ibgeanos e ibgeanas, sendo transmitido pelo IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto.
Na mesa de abertura, o evento de divulgação contou com a presença da diretora de Pesquisas, Elizabeth Hypólito, da diretora-adjunta de Geociências, Patrícia Vida e do coordenador-geral do Censo Demográfico, Gustavo Junger. A apresentação dos resultados ficou por conta do analista da gerência de Indicadores Sociais do IBGE, Bruno Perez. A mesa de abertura foi mediada pelo coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações e Coordenação de Comunicação Social (CDDI/CCS), José Daniel Castro.
Já a mesa de encerramento teve a participação da Secretária de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, da diretora do Departamento de Governança e Indicadores do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Verônica Goulart, do secretário de Gestão e Planejamento de Vitória (ES), Regis Mattos, do secretário de Desenvolvimento, Luciano Forrechi, do presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira e do superintendente do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde Fraga.
Representando a ministra da Saúde, Nísia Trindade, Ethel Maciel parabenizou o IBGE por mais uma entrega de resultados. “O Ministério da Saúde possui uma longa parceria com o Instituto, realizando diversas pesquisas. Os recortes de cor ou raça, por exemplo, nos trazem informações cruciais para a nossa formulação de políticas públicas. Estes dados serão fundamentais aos programas que são realizados e para compreender as diferenças regionais e de cor ou raça, buscando tornar um país mais justo e menos desigual”, ressaltou a secretária.
Verônica Goulart representou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e ressaltou o trabalho dos ibgeanos em “captar de Norte a Sul, de Leste a Oeste, os retratos de nosso país tão grande e dessa gente tão diversa. Este é um trabalho de suma importância sem o qual é possível pensar em políticas públicas eficientes que busquem corrigir as assimetrias e as desigualdades para a edificação de um país mais justo”.
Forrechi representou o prefeito de Vitória (ES), Lorenzo Pazolini, ressaltou o valor destes dados na formulação de políticas públicas, destacando as informações referentes à habitação. “O que é divulgado pelo IBGE nos auxilia não só a ver os resultados das políticas públicas realizadas, mas também auxilia no planejamento e aprimoramento de novas”, destacou o secretário de Desenvolvimento.
Na sequência, Regis Mattos destacou como estas informações auxiliam em trabalhos mais efetivos e realistas da Prefeitura. “Para que a Secretaria de Planejamento possa ousar, é preciso primeiro ter uma base sólida, e é esta base que o IBGE ajuda a proporcionar com suas informações”, disse o secretário.
Em nome do presidente Marcio Pochmann, o superintendente do Instituto, Max Fraga, fez agradecimentos a todos que contribuíram para a realização do Censo Demográfico e também a quem acompanhou o evento de divulgação. “Este Censo foi realizado em meio a muitas dificuldades, com bastante sacrifício e suor. Para nós ibgeanos é uma questão de honra entregar este serviço à sociedade e agradeço a todos que contribuíram para isso”, ressaltou Fraga.
Para Hypólito, o Censo é a operação estatística mais complexa realizada em nosso país. “Este processo é tão rico por conta da quantidade de temas que produz, mas também pela desagregação que nos permite cruzar vários dados”, explicou a diretora de Pesquisas. Ela ainda parabenizou a equipe que fez este trabalho, desde a etapa do planejamento, desenvolvimento, coleta, processamento, análise e disseminação. “É um time que se esforça bastante para que possamos trazer estas informações à sociedade”, ressaltou.
Na sequência, Patrícia Vida ressaltou o recorte espacial da divulgação já que “é muito importante saber cada vez mais onde o evento ocorre e não apenas quanto e como ele acontece. O conhecimento nos ajuda a entender onde acontece a predominância de determinadas características encontradas durante o Censo. A integração cada vez maior da informação estatística com a geoespacial facilita a atuação dos gestores na formulação de políticas públicas”.
Já Junger demonstrou o orgulho deste evento de divulgação, que alcança os dados da amostra do Censo Demográfico. “Este tema é investigado desde 1940 e registra a diversidade cultural e social da habitação em nosso país, nivelando profundas transformações de moradia, expansão de serviços. Estes dados compõem uma fotografia de quem somos, mas também o ponto de partida para a formulação de políticas públicas que mudem a realidade”, explicou o coordenador do Censo Demográfico.
Pablo Lira, diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves, ressaltou a parceria do IBGE com o Instituto. “Temos a missão de produzir informações e evidências científicas para aprimorar as políticas públicas no Espírito Santo e em todo o país”, ressaltou Lira.
Características dos domicílios
O analista da gerência de Indicadores Sociais do IBGE, Bruno Perez, iniciou a apresentação explicando o processo de coleta da amostra. “O Censo tem dois questionários: o básico e o de amostra. Este segundo coleta mais informações e foi aplicado para cerca de 10% da população. Diferente das últimas divulgações, que trouxeram dados do universo, esta é a primeira que aborda informações apenas no questionário da amostra”.
Na sequência, Perez trouxe informações sobre as características dos domicílios, como a quantidade da população que vive em domicílios alugados. Em 2022, a proporção de brasileiros que viviam em domicílios alugados manteve a trajetória de crescimento e chegou a 20,9% da população. Em 2000, essa parcela era de 12,3% e, em 2010, de 16,4%. Ainda assim, há um considerável predomínio dos domicílios próprios, com 72,7% da população brasileira residindo em domicílios de propriedade de algum dos moradores (já pago, herdado, ganho ou ainda pagando).
Outro ponto é com relação aos elementos estruturais do domicílio. “Cerca de 7 mil pessoas, o equivalente a 0,004% da população, viviam em domicílios sem parede. Conceitualmente no Censo, um domicílio deve ter parede. Entretanto, é feita uma exceção em localidades indígenas, visto que para algumas etnias indígenas brasileiras a casa só tem cobertura. Nesses casos, o IBGE faz essa flexibilização de contabilizar um domicílio que não tenha parede”, explicou Bruno Perez.
A divulgação ainda abordou a quantidade de cômodos em cada domicílio. “Houve uma redução expressiva dos domicílios com até três cômodos e uma redução, não de forma tão expressiva, de domicílios com quatro cômodos. A proporção de domicílios de cinco cômodos apresentou aumento, enquanto os com seis ou mais tiveram crescimento até 2000 e depois uma estabilidade, que pode estar relacionada ao fato de o número de moradores por domicílio ter se reduzido, acarretando, possivelmente, em uma menor demanda por domicílios com mais cômodos”, salienta o analista.