Era manhã de uma quinta-feira. Na emergência do Hospital Infantil de Belo Horizonte, havia três leitos ocupados. Na cama do meio, havia um menino que aparenta nove anos de idade, com inexplicável dor abdominal. Na cama à direita, uma menina de 13 anos, que implorava para não ser internada. À esquerda, uma adolescente, de 16 anos, com uniforme da escola. Todos eles haviam tentado tirar a própria vida. A menina de uniforme é filha da jornalista Nalu Saad, da Record Minas. Ali, como mãe, ela se deparou com um cenário “preocupante”, conforme disseram os próprios funcionários do hospital: os casos de autoextermínio entre crianças e adolescentes. Na luta pela recuperação da filha, Nalu se debruçou sobre o tema da saúde mental infantojuvenil e encontrou um cenário de falta de dados, tabus e preconceito. A jornalista reuniu uma série de entrevistas com especialistas, famílias que enfrentam o problema e busca de respostas com o poder público. O material deu origem a uma série de cinco episódios do podcast Repórter Record Minas. Os dois primeiros programas foram divulgados nesta terça-feira (31), em lembrança ao Janeiro Branco, campanha global de conscientização sobre a saúde mental. Os outros três episódios estarão disponíveis na próxima semana. O primeiro episódio traz um panorama sobre doenças como depressão e ansiedade, além de uma entrevista com o capitão reformado do Corpo de Bombeiros Léo Farah, autor do livro O Dia que Não Terminou. Na obra, o ex-militar apresenta uma ficção baseada em fatos reais sobre um plantão em que ele precisou atuar em cinco ocorrências de tentativa de autoextermínio em Minas Gerais. Ouça o podcast acima. Fonte: R7 – Minas Gerais
Casos de suicídio entre crianças e adolescentes acendem alerta
