O ex-presidente Jair Bolsonaro vai participar de uma manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, às 15h deste domingo (25). O ato, convocado também por aliados, ocorre em meio às investigações da Polícia Federal e do STF (Supremo Tribunal Federal) que miram Bolsonaro.
“Um ato pacífico, pelo nosso estado democrático de direito, pela nossa liberdade, pela nossa família, pelo nosso futuro. Espero vê-lo, se Deus quiser”, disse Bolsonaro em vídeo publicado nas redes sociais (veja abaixo).
O ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira usou as redes sociais para convocar os seguidores ao ato. “Domingo é dia de família. É quando nos reunimos na casa das nossas referências, geralmente pais ou avós, em busca de alegria e apoio. É de lá que vem a força para enfrentarmos mais uma semana e os desafios que ela pode trazer. E é exatamente num dia tão simbólico, com esse espírito de família, que nos reuniremos na Av. Paulista neste domingo”, afirmou.
“Lá, estaremos ao lado do nosso líder Bolsonaro para ouvi-lo e apoiá-lo. Agora, é bom avisar: parentes inconvenientes não são bem-vindos, e ele já avisou que não aceitará palavras de ataque a ninguém. Então, fica aqui o aviso aos famosos “lacradores”: se quiser atacar ou ofender alguém ou alguma instituição, nem apareça no domingo. Domingo é dia de família”, completou Nogueira.
A manifestação ocorre em meio às investigações que miram Bolsonaro. Nesta semana, o ex-presidente não respondeu às perguntas dos policiais federais que investigam uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Os ex-ministros Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Defesa) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também prestaram depoimento.
As oitivas aconteceram de maneira simultânea, técnica utilizada para dificultar a troca de informações entre os investigados. Os advogados de Bolsonaro disseram que o ex-presidente optou pelo silêncio por não ter acesso integral aos autos.
“Esse silêncio, quero deixar claro que não é simplesmente o uso do exercício constitucional, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos”, disse o advogado Fabio Wajngarten.
Entenda a investigação
O grupo de aliados de Bolsonaro é investigado pela PF no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
As informações foram obtidas por meio da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, e confirmadas pelos investigadores por meio de dados dos dispositivos móveis dos investigados.
A PF tem informações sobre uma reunião que aconteceu no Palácio do Planalto, na qual os alvos das investigações estariam tratando sobre uma minuta que estabeleceria um estado de sítio no país.
O PL, segundo apontam as investigações da Polícia Federal, foi “instrumentalizado” para financiar e comandar a estrutura de apoio à suposta tentativa de golpe de Estado. O partido repassou R$ 1.225.000 ao instituto “Instituto Voto Legal” no segundo semestre de 2022.
A organização foi responsável pela elaboração do “Relatório Técnico — Logs Inválidos de Urnas Eletrônicas”, divulgado em 15 de novembro de 2022, que questionava a segurança das urnas eletrônicas, especialmente as fabricadas até 2020.
Além disso, a legenda manteria uma casa no Lago Sul, região rica de Brasília, utilizada como comitê de campanha de Bolsonaro, que depois seria frequentada por entusiastas e articuladores do suposto golpe de Estado. O local foi chamado pela PF de “QG do Golpe”.