Zagallo morreu hoje, mas deixou um legado marcante. De personalidade forte, o Velho Lobo se envolveu em polêmicas durante toda vida e também viveu grandes histórias. Uma delas foi sua estreia como jogador. Zagallo começou a carreira de atleta no América-RJ. Era sócio do clube e foi campeão de um campeonato amador, além de conquista a Copa Início, torneio que o credenciou para ir ao Flamengo. Anos depois se tornou ídolo do Botafogo
Pela seleção brasileira, estreou em 1958 e foi um dos responsáveis pela conquista do mundial
daquele ano. Em 1962 foi convocado e como titular, barrou Pepe do time
principal, levantou a taça de campeão do mundo
O Formiguinha
também foi reconhecido com o primeiro jogador brasileiro da história a ter o
passe livre. Na época, os atletas tinham total dependência dos clubes e ficavam
presos a eles
Mesmo tendo
jogado no Flamengo, Zagallo foi ídolo mesmo no Botafogo. Após conquistar o
Campeonato Carioca, Zagallo foi contratado pelo Botafogo. Ao lado de Nilton Santos,
Garrincha e Didi foi mais uma vez campeão estadual. Ele fez parte da geração de
ouro do clube e foi campeão brasileiro em 1968
Sua
estreia como técnico não poderia deixar de ser em outro clube. No Fogão, o
Velho Lobo realizou um trabalho sólido e logo no segundo ano de carreira foi
campeão da Taça Brasil, reconhecida como Campeonato Brasileiro da época
Com o
sucesso no clube de General Severiano, Zagallo foi convidado para substituir
João Saldanha como técnico da seleção canarinho. O ex-comandante havia batido
de frente com Emílio Garrastazu Médici, presidente do país e integrante da
ditadura militar. Além de ter tido algumas brigas com craques da época, como o
próprio Rei Pelé. Zagallo, entretanto, encontrou um grupo forte e que ganhou
com facilidade a Copa do Mundo daquele ano, sendo considera a melhor seleção de
todos os tempos
Além
de treinador, Zagallo também foi um atleta afrente do seu tempo. Ponta-esquerda,
era comum ver o atacante voltando para ajudar a marcação. A tática era simples:
roubar a bola no meio campo e partir para o contragolpe. Por muitos é
considerado o pai do contra-ataque
Zagallo é apegado ao número 13 desde a época de jogador. O Velho
Lobo sempre foi supersticioso e usava o número para justificar as glorias
Quando
voltou para ser coordenador técnico da seleção brasileira, Zagallo também
exerceu um outro papel. Além de auxiliar Parreira nas principais decisões, o
Formiguinha também unia o grupo com sua irreverência. Além disso, suas
palestras motivacionais antes dos jogos eram fundamentais para o resultado de
campeão mundial
Zagallo se
tornou técnico principal da seleção, que vinha sofrendo constantes críticas da
imprensa. Na Copa América de 1997, o Brasil ia mal, mas havia chegado na final
contra a Bolívia, dona da casa. O treinador também sofria com os críticos, que
colocavam em cheque sua efetividade no comando da seleção pela idade avançada.
Mas o campeonato Sul-Americano acabou com o Brasil como campeão. Antes ainda de
comemorar o título, Zagallo disparou para uma câmera de TV: ‘Vocês vão ter que
me engolir’
Romário
estava machucado e não foi convocado por Zagallo para Copa de 1998. Mesmo
assim, o Baixinho revelou que tinha condições de jogo e inclusive voltou aos
gramados antes mesmo do fim da Copa. No mesmo ano do corte, o centroavante
mandou fazer duas caricaturas de Zagallo e Zico, seu auxiliar, na parede de um
bar no Rio. O resultado: uma briga judicial entre eles e indenização para
Zagallo
Antes da
final da Copa da França, Ronaldo sofreu uma convulsão e não jogaria. Edmundo
era o escalado para seu lugar. Acontece que minutos antes da bola rolar, o
carequinha entrou no vestiário e disse que jogaria. Segundo os médicos da CBF,
não havia nenhum indicio de que o camisa 9 não poderia jogar. O camisa 9 entrou
e o Brasil acabou perdendo para França por 3 a 0
Sua relação
com a seleção é de amor e muitas glórias. Além disso, o Velho Lobo também é
dono de um recorde histórico: maior número de atuações no comando da seleção
com 131 partidas, contando 97 vitórias, 25 empates e apenas nove derrotas