Fernando Alonso deixou claro que pretende negociar um novo contrato com a Aston Martin para continuar na Fórmula 1 além deste ano.
Depois de retornar à categoria com a Alpine em 2021, o bicampeão mundial de 42 anos se transferiu para a Aston Martin no ano passado. A última temporada de seu contrato atual é 2024.
“O ano incrível que acabei de ter com a Aston Martin, os pódios, a celebração, o champanhe, a alegria, foi um recomeço no nível de motivação e desejo”, disse ele em um documentário do DAZN chamado Fernando – Revelado.
Mas ele afirmou que até mesmo correr pela Alpine, com menos sucesso, era melhor do que ficar fora da F1.
“Eu voltei por acreditar que estava em um bom momento a nível de pilotagem e senti que era um desperdício ficar em casa. 2023 foi então uma espécie de vingança, e me vejo com a mesma força, vontade, energia e otimismo em 2024 ou 2025”, comentou Alonso.
“Não fiz nem gostei de mais nada na minha vida, não me senti tão confortável em mais nada além do automobilismo. Sou eu – onde me sinto bem e faço o que sei fazer melhor. Sempre que não estou no carro, estou esperando para entrar no carro”.
Alonso diz que está apreciando ainda mais a F1 na segunda fase de sua carreira.
“Eu tinha 24 e 25 anos, estava sempre pensando na próxima corrida e no que iria acontecer. Não tenho tantas lembranças quanto deveria, então diria a mim mesmo (naquela época) para diminuir um pouco a intensidade, aproveitar o momento e pensar no desafio da próxima semana”, sorriu ele.
O espanhol revelou que Giancarlo Fisichella foi a coisa mais próxima que teve de um amigo na F1 no início de sua carreira, e que agora tem um bom relacionamento com Sergio Perez e Max Verstappen.
“Tanto Max quanto Checo são dois pilotos em quem você pode confiar na pista. Max teve mais incidentes e foi um pouco mais louco no início, com mais problemas, mas acho que somos muito parecidos. Gostamos de coisas semelhantes”.
“Não existem muitas amizades na F1, mas lutamos com respeito. Gostamos mais de esportes do que de espetáculos. Chegamos à pista com a roupa da equipe e uma mochila, corremos e no domingo vamos embora novamente com a mochila”.
“Gostamos de coisas simples. Quando temos algum tempo livre, vamos a algum lugar para pilotar um carro. Isso é o que mais gosto em Max e não mudou apesar dos títulos”.
Quanto ao seu relacionamento gelado com Lewis Hamilton, ele admite que a maior parte disso ficou no passado – como quando eles foram companheiros na McLaren em 2007 e brigaram tanto.
“Acho que agora existe outro tipo de rivalidade. Não creio que seremos amigos no futuro e acho que não compartilhamos muitas coisas, mas em 2007 a rivalidade estava no nível mais alto”.
“Eu chegava nas reuniões da equipe e comecei a perceber esse atrito – essa tensão. Eu via em sua telemetria e nas câmeras onboard que o carro tinha pouca aderência na frente, mas quando ele (Hamilton) falava, reclamava da traseira”.
“Nós éramos jovens e imaturos – principalmente eu – mas também tínhamos um chefe que não sabia como controlar a situação”, explicou Alonso, referindo-se a Ron Dennis.
“O que aconteceu permanecerá trancado a sete chaves e eu apaguei muitas outras coisas, mas não acredito que teria ocorrido com Flavio Briatore ou Lawrence Stroll”.
“Existem certos personagens na F1 que são respeitados, enquanto há outros onde os pilotos controlam demais da situação. Ninguém nos advertiu seriamente sobre o que estava acontecendo”.
Alonso admite que a rivalidade especial com Hamilton ainda existe hoje.
“Cada vez que nos ultrapassamos, há uma satisfação extra. E dói quando é você quem está sendo ultrapassado. Acho que nós dois sempre teremos isso”.
Para observadores experientes da F1, Alonso está claramente mais maduro, mas igualmente popular. Portanto, um novo acordo com a Aston Martin para 2025 agora parece quase inevitável.
“A popularidade da F1 está aumentando a cada ano, temos cada vez mais jovens que acompanham o esporte, os circuitos estão lotados, calendário recorde. É como a crista da onda e não quero ver do sofá – quero ver daqui”.