James Allison
James Allison, diretor técnico da Mercedes, confirmou que a equipe foi forçada a “escolher suas batalhas” devido ao limite de custos, que teve um grande impacto no desenvolvimento do novo W15.
Toto Wolff, chefe da equipe, revelou no final da temporada passada que quase todos os componentes seriam trocados no carro deste ano na tentativa de retornar à frente depois de duas campanhas de dificuldades, considerando o domínio anterior da Mercedes.
Mas em uma era em que cada equipe está agora limitada pelo teto orçamentário, que para este ano é novamente de $135 milhões, isso significa que uma grande renovação de um carro consome esses recursos, enquanto a Red Bull vive uma situação aparentemente de luxo com seu RB20, que representa evolução em vez de revolução.
Ao se concentrar em duas áreas chave do W15, a Mercedes teve de ficar mais atenta aos custos em relação ao desenvolvimento em outros lugares, embora Allison tenha confirmado que há dinheiro disponível para atualizações ao longo da temporada.
“Um chassi e uma caixa de câmbio novos eram padrão para todos os anos, antes do teto orçamentário”, disse Allison. “E haverá várias outras equipes que fizeram ambas as coisas em um único ano”.
“Mas o limite de custos força você a escolher suas batalhas, e não há dúvida que ter uma nova carenagem e um novo chassi ao mesmo tempo são dois grandes projetos que vão exigir um pedaço do nosso poder de fogo disponível. Foi isso que fizemos este ano”.
“Isso significa que não tentamos reinventar a roda em outras partes do carro. Mas nos permitiu realizar alguns grandes projetos sem gastar muito e acreditamos que este é um uso bom e importante de nossos esforços”.
Allison confirmou que os planos para uma revisão fundamental do carro foram elaborados no meio da temporada passada.
Depois da classificação para o GP do Bahrain, que abriu a temporada 2023, a Mercedes soube que havia cometido um erro fundamental ao insistir em seu conceito de 2022 após a introdução do novo regulamento aerodinâmico no início daquele ano.
Alterações importantes foram feitas e introduzidas, mas também se percebeu que, dado o limite orçamentário, seria necessário esperar pelo início deste ano para realizar uma reformulação radical.
“Mudanças maiores de layout não são liberadas por não ter mais o incômodo das corridas, você faz essas grandes mudanças antes do verão”, disse Allison.
“Então, quando falamos sobre uma mudança de layout, geralmente estamos falando sobre onde o motor fica no chassi, qual geometria da suspensão traseira você terá na caixa de câmbio e quais mudanças você fará na parte onde fica o piloto”.
“Essas são as três coisas hipoteticamente factíveis no meio de um ano, mas que têm um custo de oportunidade tão grande que você nunca consideraria. Porém, mesmo assim você precisa se comprometer com elas no verão anterior”.
“O período entre temporadas diz respeito a provar para si mesmo, em seus equipamentos e simuladores internos, que essas peças são o que você espera que sejam, que parece que vão cumprir suas esperanças”.
Ao admitir que a Mercedes não “quebrou o banco” com suas grandes mudanças, isso significa que ainda resta orçamento para o desenvolvimento durante a temporada que será necessário para refinar e melhorar o W15 inicial.
Allison espera que, à medida que as equipes compreenderem o carro, a Mercedes deve estar em condições de entregar a primeira atualização até o início da temporada europeia no GP da Emília Romanha em maio.
“A maior parte do tempo de volta que você pode extrair de um carro durante uma temporada vem da aerodinâmica, mas exatamente o que encontramos e em qual área ainda é desconhecido”, disse Allison.
“Nesta fase do ano, o departamento de aerodinâmica está planejando se esforçar bastante nas asas dianteira e traseira, assoalho, tambores e dutos de freio, carenagem, tudo o que poderia produzir coisas a tempo para a temporada europeia”.
“Vários desses programas não serão concretizados, mas essa é apenas a natureza das experiências”.
“Contudo, se você se esforçar o suficiente em uma ampla gama de experimentos, um número suficiente deles será bom nessa escala de tempo e deverá haver um pacote decente para colocar no carro quando retornarmos à Europa”.
