Para quem pensa que o fisiculturismo é um esporte que se limita apenas à exposição de forma física com curvas definidas muito se engana. Quem contraria este viés é a empresária Anna Clara Alves, que desde a sua infância sofria com constantes dores nas articulações. Quando ainda criança um dos seus ombros se deslocava com frequência, a partir dos 10 anos seu quadril travava ao ponto de não conseguir se mover sozinha, aos 18 teve o primeiro episódio de tenossinovite no braço esquerdo, e aos 20 após começar a apresentar dores constantes em todo o corpo, do fio de cabelo a ponta do pé e investigar com diversos profissionais, descobriu um quadro da doença fibromialgia. Isso a colocou em tristeza e desmotivação profunda, porém o fisiculturismo mudaria essa direção que sua vida estava sempre a piorar.
Quando pequena teve alimentação balanceada. “Vim de uma família numerosa com 5 irmãos e a situação financeira dos meus pais era bem baixa, mas, eles sempre priorizaram a alimentação para nós. Alimentação essa baseada em frutas, legumes, carnes e o arroz e feijão comum na casa dos Brasileiros. Sempre gostei de me manter magra, e isso me acompanha desde a infância. Embora tenha feito faculdade de Direito, “na adolescência o meu desejo era fazer faculdade de nutrição e educação física e ter um centro integrativo de saúde”, relembra.
Mas em 2009, aos 17 anos, Anna Clara teve um despertar, que apontava sua paixão de vida ao assistir um campeonato de fisiculturismo, no entanto, “até então tinha um olhar o tanto quanto preconceituoso” Segundo Anna, até esse dia era uma pessoa preconceituosa, e achava que os atletas de fisiculturismo cultuavam o físico e não se desenvolviam intelectualmente. Mas ao assistir o campeonato e se inteirando sobre o assunto se encantou pela modalidade. “É um esporte que trabalha profundamente a mente, a disciplina, a resiliência. E isso me encantou”, enaltece.
Em 2019 fez sua estreia no esporte e teve um mal desempenho, ficou na 15ª colocação. “Tive um péssimo resultado inicial e quis desistir do esporte, porém, em 2020 eu descobri algo que me faria viver uma vida de restrições alimentares e diante de tantas limitações, resolvi dar um propósito a tudo isso e voltar aos palcos mais uma vez. Assim eu cuidaria da minha saúde e também teria uma meta para perseguir. Não permitir as intolerâncias alimentares ter significado de fardo, mas sim, uma parte importante de um processo da realização de um sonho”, conta.
Além da fibromialgia, intolerâncias alimentares e dores constantes, no mesmo ano do retorno ao esporte, manifestaram os primeiros episódios de depressão. “Em 2019 quando começou a depressão eu estava em um bom momento profissional viajando por todo o Brasil palestrando sobre empreendedorismo, vendas e imagem pessoal. A vida pessoal também ia bem, mas, eu sentia falta de algo. Comecei a viver uma apatia profunda pela vida e até 2022 com muitos episódios muito graves, e notei a necessidade do uso de medicação”, conta.
Anna Clara menciona que o esporte mudou drasticamente esta patologia, a ponto de deixar a medicação, pois mexeu com toda sua estrutura, e psicologicamente a mantinha treinando e comendo, o que era fundamental para o seu bem-estar.
A volta por cima
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Além da paixão, o empurrão para sair da dúvida e da dor foi começar a cuidar da sua saúde física e mental. Todas as vezes que foi ao ortopedista, a empresária relembra sua saga nos médicos “Me diziam o mesmo, eu precisava praticar atividade física e ter uma musculatura forte, esse é o meu remédio! Eu preciso ter músculos fortes para que minhas articulações não sejam ainda mais impactadas. Então eu preciso de um treinamento em um alto nível”.
A empresária garante que o fisiculturismo a curou “hoje eu tenho muitos motivos para viver e a prática da atividade física constante me ajuda na clareza mental, ajuda a regular meus hormônios, ajuda com minha alimentação, me faz ter um desafio constante e querer vencer, e vencer a mim mesma todos os dias. Tem sido gratificante essa jornada”, comemora.
O esporte foi sua força motriz, hoje Anna Clara é exemplo de força, persistência e muita motivação, no lugar da preocupação e tristeza deu lugar a uma mulher forte, sorridente e empoderada. Está em participação nos campeonatos internacionais e se tornou Tri Campeã Estadual e Top 3 no Brasil.
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