22.6 C
Distrito Federal
sexta-feira, novembro 22, 2024

Endocrinologista explica a importância de seguir um plano nutricional personalizado

Seja para emagrecimento ou para ganho de peso, seguir uma dieta correta e praticar exercícios físicos são ações necessárias para quem quer alcançar determinado objetivo de saúde e/ou estético. Porém, é importante entender que cada pessoa responde de maneira diferente a diferentes planos alimentares, e, portanto, é preciso observar caso a caso antes de dar início a uma dieta.

Atualmente, com a existência de ferramentas de inteligência artificial, é possível montar um plano nutricional em segundos. No entanto, criá-lo por meio de plataformas como o ChatGPT pode ser arriscado, além de ineficiente.

“Hoje, no ChatGPT, você consegue montar uma dieta de acordo com o número de calorias; a quantidade de proteína, de carboidrato, de gordura; e os horários. O grande problema é que a ferramenta não olha de volta para a pessoa. O ChatGPT se baseia em uma média de estudos, que por sua vez têm uma altíssima variabilidade de respostas. É uma dieta literalmente robotizada que não leva em consideração nenhuma das nuances da pessoa”, explica o doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani.

Pesquisas

Um artigo publicado em outubro de 2020 pela editora científica holandesa Elsevier pontuou que existem diferentes fatores associados à capacidade de perda de peso: adesão à dieta, atividade física, sexo, idade e medicamentos específicos. No entanto, o estudo mostrou que mesmo após o controle de cada um destes fatores, as diferenças na perda de peso persistiram, em resposta a intervenções comportamentais, farmacológicas e cirúrgicas.

Outra pesquisa, de julho de 2021, publicada pela editora de pesquisa Frontiers, avaliou os efeitos de 12 semanas de treino de alta intensidade e dieta em 30 mulheres com sobrepeso/obesas.

O treino adicionado a uma leve restrição energética na dieta melhorou efetivamente a massa gorda, a massa corporal, a pressão arterial e a aptidão cardiorrespiratória do grupo. No entanto, a pesquisa ressaltou que uma ampla gama de variabilidade interindividual foi observada na resposta adaptativa à intervenção. Além disso, os pesquisadores concluíram que as mulheres classificadas com baixa resposta à redução da massa gorda “poderiam ter alta resposta em muitos outros resultados relacionados à saúde e ao desempenho físico”.

Fatores que devem ser considerados

Conforme o endocrinologista Flavio Cadegiani, a prescrição do programa alimentar deve levar em consideração fatores como os objetivos do paciente; seu histórico de saúde; intolerâncias, alergias e preferências; rotina e tempo.

“Não podemos esperar que o paciente responderá de determinada forma a uma dieta. Temos que avaliar como esse paciente vai responder. Então, acabou a era de achar que a pessoa vai perder 7kg porque deu um determinado déficit calórico. A gente vai aprendendo com a própria pessoa como ela responde melhor”, enfatiza o médico.

Além de tudo, é preciso prescrever um plano ao qual o paciente conseguirá aderir. “Cada pessoa tem maior chance de aderência para um tipo de dieta diferente. Então, o ideal é que nutricionistas e médicos trabalhem com uma consultoria individualizada, acompanhando os passos do paciente e entendendo que esse paciente também terá mudança de resposta ao longo do tempo para uma mesma dieta”, conclui Cadegiani.

Artigos Relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Pesquisar

Últimas Notícias

Categorias