Não existe nada melhor do que poder dormir até mais tarde, seja nos feriados, fins de semana ou nas tão sonhadas férias do trabalho.
Nessas ocasiões, não é incomum que as pessoas permaneçam deitadas por um período maior, mesmo após já terem despertado.
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Porém, a dúvida de muitos é se isso pode trazer consequências negativas para a saúde. O tema é tão popular que existem diversos debates em fóruns e redes sociais na internet, mas, segundo especialistas, essa questão é mais complexa.
Ficar um tempo a mais na cama pode ser prejudicial?
Existem dias em que se levantar pode ser mais difícil que outros – Imagem: Reprodução
De acordo com a psicóloga do sono do Manhattan Therapy Collective e professora associada de psicologia na Fairleigh Dicksinson University, Eleanor McGlinchey, o desejo de autonomia faz com que o ser humano aprecie os momentos na cama após acordar.
Assim como existe a ‘procrastinação de vingança na hora de dormir’, quando a pessoa fica acordada até mais tarde para compensar o tempo dedicado ao trabalho durante o dia, o tempo extra na cama é entendido como um intervalo só nosso antes de assumir as responsabilidades do dia a dia.
Geralmente, a transição do sono para as atividades diárias costuma ser abrupta, especialmente para aqueles que possuem filhos e precisam preparar o café da manhã e arrumar as crianças enquanto elas dormem.
Agora, quem pode se dar ao luxo de retardar um pouco o início da rotina precisa estabelecer alguns limites.
Os minutinhos a mais deitado podem se transformar em horas desperdiçadas, sobretudo se o indivíduo começa a se entreter nas redes sociais.
“Para algumas pessoas, checar e-mails ou assistir às notícias enquanto ainda estão na cama pode aumentar o estresse”, observa McGlinchey. “Isso pode resultar em um estado de espírito ainda pior”, conclui a psicóloga.
Logo, é fundamental planejar previamente como aproveitar o tempo a mais na cama. Isso ajuda a evitar episódios de atrasos e até de indisposição.
Afinal, ninguém deseja chegar ao trabalho ou colégio fora do horário e ter de inventar desculpas para isso.
“Eu sempre aconselho as pessoas a serem proativas com esse tempo”, diz McGlinchey. “Não deixe que as notificações noturnas controlem sua manhã. Seja intencional com o seu tempo”, aconselha a especialista.
Mas existe um lado benéfico desse ‘momento de preguiça’. Ler notícias, responder e-mails ou até enviar mensagens para amigos quando ainda não nos levantamos ajuda quem precisa lidar com obrigações imediatas após o despertar.
Não há uma recomendação ou norma rígida sobre o período aceitável para permanecer nesse estado, mas caso isso se torne um hábito, 15 a 30 minutos são o bastante para a maioria das pessoas organizar os pensamentos.
“Se você acorda se sentindo bem e isso não interfere na sua rotina, não há motivo para mudar”, diz Marjorie Soltis, especialista em medicina do sono e professora assistente de neurologia na Duke University School of Medicine. “No entanto, acho que 30 minutos é um bom limite”, sugere Marjorie.