Ensinar sobre cultura, história e origem. Com esses objetivos o projeto NutriAfro vem fazendo sucesso nas escolas municipais de Macaé. A proposta tem a comida como elo entre o aprendizado e a valorização das tradições afro-brasileiras e indígenas.
Uma vez por mês o cardápio recebe algum preparo que esteja ligado à herança afro-brasileira e indígena brasileira. Em fevereiro, o prato escolhido foi o Tutu de feijão. Segundo a secretária de Educação, Leandra Lopes, o projeto é uma estratégia para atender às leis que tratam da obrigatoriedade do estudo da História Afro-Brasileira e Indígena e, além disso, faz parte da iniciativa da Secretaria de Educação de fortalecer as políticas afirmativas em parceria com a Secretaria de Igualdade Racial, informou, ressaltando a distribuição do livro “Mini Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro, que esteve em Macaé durante evento que marcou o início do ano letivo.
A receita do NutriAfro se faz presente em todos os segmentos, desde o Maternal ao Ensino de Jovens e Adultos (EJA). O cardápio é feito a partir de uma pesquisa realizada pela equipe técnica de nutricionistas da Educação, como explica Tiani Motta, nutricionista e responsável técnica pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
“Todos os cardápios da alimentação escolar têm como base a resolução 6 do PNAE em que uma das diretrizes é o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados, seguros e que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis e regionais. Com base nesses princípios, fazemos uma pesquisa dos que fazem referência, que sejam culturais de nossa região e que são permitidos pelo PNAE para, assim, compor o cardápio mensal do NutriAfro”.
Feijão, banana, coco, aipim, couve, quiabo, canjica (mugunzá) são alguns dos alimentos dessas origens e que estão inseridos no projeto que tem feito a diferença em muitas escolas, ampliando as possibilidades de ensino e das relações, como é o caso da Escola Municipal de Educação Infantil José Bruno, nas Malvinas.
“Ano passado as famílias demonstraram interesse e curiosidade para participar e experimentar o cardápio NutriAfro. Diante disso, este ano, buscamos estreitar ainda mais os laços família e escola. Além de levar a educação antirracista para além dos muros da escola, iremos ofertar um prato do feito mensalmente por cada turminha para as famílias”, detalhou Joana Muzi, diretora da unidade.